domingo, 25 de dezembro de 2016

FECHADA PARA BALANÇO!

Seria muito bom colocar este anúncio em todos os meios de comunicação que me rodeiam. No email, nas redes sociais, nos telefones e até nas correspondências postais. Precisaria tanto, mas tanto mesmo, desligar um pouco de tudo e todos. Ficar no vácuo por um tempo, sem receber notícias ou notificações, sem me preocupar com a guerra na Síria, sem ver as notícias locais e internacionais, sem nem receber os 10850 "Bom Dia!" dos grupos de watsapp. Parece contraditório que nos dias de hoje este seja um feito, singelo e sincero, que desejo um dia poder realizar. Claro que por pouco tempo, o tempo suficiente de sentir falta das atualizações. O tempo suficiente de sentir a necessidade de estar online e conectada com o mundo. Sim, com o mundo...estamos sem fronteiras. As notícias nos chegam de toda parte, de terras distantes e realidades diversas, mas que nos afetam. Ao ouvirmos certas notícias, nos abalamos, nos sensibilizamos, nos preocupamos e abismamos diante da estupidez humana.
Minha necessidade de desconectar seria uma utopia. Talvez eu mesma seja incapaz de realizar tal façanha. Talvez deseje somente por desejar, imaginando que tivesse momentos de felicidade sob este efeito. Aquele nosso velho costume de almejar o impossível, ou algo que não temos no momento.
O fato é que estou um pouco sobrecarregada. Sob forte carga de estímulos. E duvido que as pessoas ao meu redor não se sintam assim também. Tenho dúvidas se toda essa conectividade nos trouxe proximidade ou distanciamento. Quantas vezes vejo familiares, em público, olhando para os celulares e se esquecendo dos filhos ao lado. Quantas vezes damos boa noite às pessoas conectadas e não damos para quem está dentro de nossos lares. Quantas vezes deixaremos o tempo passar na frente da tela e esqueceremos que a vida corre lá fora.
Sim, temos compromissos e atividades que requerem nossa ligação com o mundo. Eu sei, até agora minha escrita foi utópica e controversa, mas reflito sobre isso muitas vezes. Não somente hoje, no dia de Natal, mas em muitos momentos da minha vida. Em muitos momentos da sala de aula, em muitos momentos da vida pessoal e profissional.
Enfim, o tempo corre, voa, se esvai. Deixamos as coisas acontecerem e nos arrependemos depois. Mas temos que seguir, com ressentimentos ou não, com atenção ou não, com foco nas prioridades...ou não. Simplesmente seguimos. E não fechamos para balanço!

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