segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

365 PINGUINS

Foi com muita sorte que tive contato com o livro "365 Pinguins" (Jean-Luc Fromental, 2006, Ed.Cia das Letrinhas). Meu filho retirou na biblioteca da escola e trouxe para a leitura do final de semana. Não imaginava que surpresa agradável estava diante de mim. Um livro com conceitos matemáticos e de ciências, trabalhando as quatro operações matemáticas com diversão e humor, e uma surpresa no final. A ilustração também é muito atraente. Mesmo sem usar uma gama variada de cores, os desenhos são muito divertidos. Durante a leitura meus filhos riam dos desenhos e observavam detalhes à medida que os pinguins aumentavam em número. A operação mais evidente é a multiplicação, requerida algumas vezes na leitura, bem como a soma. Estas duas operações aparecem na leitura à medida que pinguins vão chegando, misteriosamente, na família a cada dia que passa, durante 1 ano. À medida que os pinguins são adicionados, são também acrescidas as operações e multiplicam-se as despesas e problemas da família hospedeira dos animais. Surgem, também, problemas envolvendo a divisão, propostos durante a leitura, e mostra-se que à medida que são adicionados mais pinguins as divisões já não são mais possíveis, desequilibrando-se a alternativa encontrada pela família.
E como conciliar estas operações com a área de Ciências? Como trata-se de um livro sobre pinguins e seus hábitos, uma ótima oportunidade de debate se instala. Também há um momento do livro em que problemas ambientais (aquecimento global) são discutidos. Enfim, uma possibilidade muito boa de trabalho.
Diante de tantos livros que prometem muito e oferecem pouco, esta leitura despretensiosa é garantia de aprendizado, diversão e lazer para os pequenos e grandinhos!


Para ver o livro:
https://youtu.be/ZQIOCxxMbBM







Projeto de Aprendizagem


Um projeto de prevenção, ecologia e  conscientização da população: Projeto Próxima Parada, Xô Água Parada. Através de pesquisa junto à comunidade escolar no entorno da escola uma pesquisa foi realizada para identificar o nível de conhecimento sobre prevenção/combate ao mosquito Aedes aegypti.

A culminância do projeto ocorreu com a visitação das turmas da escola aos resultados do projeto, bem como apresentação dos banners por alunos das turmas envolvidas. Os alunos também desenvolveram folders para distribuição na comunidade escolar. Tudo feito a muitas mãos, com muita responsabilidade e valor social.


 Neste projeto, além da conscientização sobre a prevenção/ combate ao mosquito e doenças que transmite, os alunos tiveram a percepção de como sua comunidade precisa de informação para se proteger.


 

Identidade Local


 Na Interdisciplina Representação do Mundo pelos Estudos Sociais, o desafio da semana foi construir uma narrativa em vídeo sobre identidade local. Baseada em uma produção anterior com dados históricos, o vídeo gravado na Hidráulica do Moinhos de Vento (DMAE).
A escolha do local foi por um motivo muito especial: no dia da chegada das estátuas, meu marido filmou a colocação da última estátua. Uma operação muito delicada que exigiu uma logística bem organizada para lidar com esculturas tão importantes.
Mas vamos falar um pouco sobre elas! O conjunto escultórico mais antigo de Porto Alegre, que representa o Guaíba e seus Afluentes, foi transferido da Praça São Sebastião,ao lado do Colégio Rosário, para os jardins da Hidráulica Moinhos de Vento do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae). Formado por quatro estátuas, sendo duas figuras femininas que simbolizam os rios Caí e Sinos, popularmente conhecidas como Ninfas, e duas masculinas, os rios Jacuí e Gravataí, também chamados de Netunos, o grupo inicial incluía uma quinta estátua, simbolizando o Lago Guaíba através da figura de um menino.
Esta estátua está desaparecida desde 1924, quando o conjunto foi vendido a uma marmoraria para ser transformado em pó, o que só foi impedido graças a uma movimentação popular para sua preservação. As cinco peças foram recompradas, mas a representação do Guaíba não mais integrava o grupo quando os Afluentes foram colocados na Praça Dom Sebastião, em 1936.
Nos últimos anos as estátuas sofreram um acentuado processo de degradação, causada por atos de vandalismo, além de terem sofrido pela ação do tempo. Braços e narizes foram quebrados e marcas indicam terem sido usadas como alvo de pedras e garrafas. Após a transferência para os jardins da Hidráulica, as estátuas foram limpas e recuperadas.
Na ETA existe também um belíssimo jardim e a arquitetura do prédio e jardins são um espetáculo à parte. Muitas escolas visitam a ETA para conhecer o tratamento e há um trabalho de educação ambiental, bem como uma galeria de arte. Enfim, um lugar que cativa, pela beleza e importância.

REFERÊNCIA:
SILVA, Priscila. A fotografia como recurso na educação para a cidadania. CONFERÊNCIA BRASILEIRA DE MÍDIA CIDADÃ, 5. Anais.... Disponível em: <http://www.unicentro.br/redemc/2009/03%20midia_cidada_paper_kalink.pdf> Acesso em: 20 set. 2016.





















domingo, 25 de dezembro de 2016

Coisa de Criança


Na disciplina Representação do Mundo pelas Ciências Naturais fizemos uma atividade sobre os questionamentos das crianças. Deveríamos anotar perguntas feitas por crianças e suas respostas. Foi muito interessante observar a coletânea de perguntas das colegas e os caminhos que as crianças percorrem para resolver suas questões. Muitas vezes as perguntas das crianças nos surpreendem pelo teor de preocupação que não esperávamos em determinada faixa etária. Noutras, as perguntas nos surpreendem por nos questionarem sobre coisas que não havíamos nunca nos questionado. O que a disciplina nos desafiou a ver, e observar, foi que as perguntas das crianças buscam as respostas de funcionamento do mundo. Querem saber como e por quê as coisas são como são. Na verdade, todos queremos. Todos tivemos essas curiosidades, mas em algum momento da vida nossa curiosidade vai diminuindo, ou cansamos de tentar saber sobre tudo. Ao realizar a atividade lembrei de uma leitura muito linda: Casa das Estrelas (Javier Naranjo). A leitura nos mostra um apanhado de conceitos sobre diversas questões da vida formulados por crianças entre 3 e 10 anos de idade. Durante mais de dez anos o professor Javier Naranjo guardou as definições que seus alunos do curso primário davam para palavras, objetos, pessoas e, principalmente sentimentos, em suas aulas de espanhol. As definições surpreendem, não por serem feitas por crianças, mas por nos oferecerem visões inusitadas de conceitos que já temos estabelecidos na vida adulta. Sob meu ponto de vista, não é um livro para crianças, é um livro para adultos repensarem seus conceitos, traçarem novos modos de ver a vida. Também é um livro para nos lembrarmos de quando buscávamos nossas explicações, de acordo com nossas vivências, não de acordo com o que já é estabelecido pela sociedade/cultura/ciência. Enfim, na nossa coletânea de perguntas de sala de aula ou no livro casa das estrelas, as crianças nos oferecem o desafio de enfrentar a vida com simplicidade e singeleza.

Imagens: http://noticias.universia.com.br/destaque/noticia/2013/05/27/1026296/escritor-conta-dicionario-criancas-colombianas-deve-ganhar-em-breve-verso-em-portugues.html


Tempos difíceis

Normalmente tenho uma visão otimista da vida e do futuro. Prefiro pensar assim, criar expectativas reais e que possam ser alcançadas. Fazer planos, ter sonhos e tentar realiza-los. No entanto, depois de um tempo em que avançamos bastante nas questões sociais do Brasil, temos um forte indício de que estagnaremos (ou pior), retrocederemos.
Foi votada e aprovada a PEC 241, também chamada de PEC da Morte, ou PEC do fim do Mundo. PEC significa Proposta de Emenda Constitucional. Uma "proposta" que, praticamente, nos foi imposta. Uma emenda que, diferentemente da vida prática, não nos aumenta em nada as perspectivas ou benefícios. O projeto, que estabelece limite para gastos públicos pelos próximos 20 anos, começa a valer a partir de 2017. No caso das áreas de saúde e educação, as mudanças só passariam a valer após 2018. Repetindo: LIMITA GASTOS PÚBLICOS COM SAÚDE E EDUCAÇÃO!!! Não nos soa, de jeito algum, positivamente uma proposta dessas!
Depois de tantos avanços sociais que tivemos, a passos lentos, entraremos em tempos que não sabemos o que esperar. Me preocupo com o futuro, com o meu futuro, dos meus filhos, familiares alunos, enfim, de toda população. Sinto que a camada mais necessitada da população continuará a pagar o preço mais alto de todas essas propostas, que os tempos futuros serão de dificuldades que nem sei mensurar no momento.
Normalmente tenho uma visão otimista do futuro. Agora não.


FECHADA PARA BALANÇO!

Seria muito bom colocar este anúncio em todos os meios de comunicação que me rodeiam. No email, nas redes sociais, nos telefones e até nas correspondências postais. Precisaria tanto, mas tanto mesmo, desligar um pouco de tudo e todos. Ficar no vácuo por um tempo, sem receber notícias ou notificações, sem me preocupar com a guerra na Síria, sem ver as notícias locais e internacionais, sem nem receber os 10850 "Bom Dia!" dos grupos de watsapp. Parece contraditório que nos dias de hoje este seja um feito, singelo e sincero, que desejo um dia poder realizar. Claro que por pouco tempo, o tempo suficiente de sentir falta das atualizações. O tempo suficiente de sentir a necessidade de estar online e conectada com o mundo. Sim, com o mundo...estamos sem fronteiras. As notícias nos chegam de toda parte, de terras distantes e realidades diversas, mas que nos afetam. Ao ouvirmos certas notícias, nos abalamos, nos sensibilizamos, nos preocupamos e abismamos diante da estupidez humana.
Minha necessidade de desconectar seria uma utopia. Talvez eu mesma seja incapaz de realizar tal façanha. Talvez deseje somente por desejar, imaginando que tivesse momentos de felicidade sob este efeito. Aquele nosso velho costume de almejar o impossível, ou algo que não temos no momento.
O fato é que estou um pouco sobrecarregada. Sob forte carga de estímulos. E duvido que as pessoas ao meu redor não se sintam assim também. Tenho dúvidas se toda essa conectividade nos trouxe proximidade ou distanciamento. Quantas vezes vejo familiares, em público, olhando para os celulares e se esquecendo dos filhos ao lado. Quantas vezes damos boa noite às pessoas conectadas e não damos para quem está dentro de nossos lares. Quantas vezes deixaremos o tempo passar na frente da tela e esqueceremos que a vida corre lá fora.
Sim, temos compromissos e atividades que requerem nossa ligação com o mundo. Eu sei, até agora minha escrita foi utópica e controversa, mas reflito sobre isso muitas vezes. Não somente hoje, no dia de Natal, mas em muitos momentos da minha vida. Em muitos momentos da sala de aula, em muitos momentos da vida pessoal e profissional.
Enfim, o tempo corre, voa, se esvai. Deixamos as coisas acontecerem e nos arrependemos depois. Mas temos que seguir, com ressentimentos ou não, com atenção ou não, com foco nas prioridades...ou não. Simplesmente seguimos. E não fechamos para balanço!

Avaliando, reavaliando!

Semana de conselhos de classe. Conceitos, pareceres e avaliações finais. Aquela correira que, todos sabemos, envolve o final de ano letivo nas escolas. 
Aprovações e reprovações, progressões ou manutenções. Independentemente do nome ou do tipo de avaliação das escolas, avaliar é sempre uma tarefa que exige muito dos professores. Não é somente um trabalho braçal de preparo de avaliações e trabalhos e suas correções. É, sim, um trabalho mental exaustivo e que requer, acima de tudo, foco na evolução do aluno, seu aprendizado e seu crescimento.
Avaliamos nossos alunos e temos, sempre, um olho também nos avaliando. Este olhar que é nosso, somente nosso, avaliando nosso trabalho que se espelha no desempenho das crianças. Exigimos tanto deles, queremos ter o seu melhor, quando na verdade queremos extrair isso de nós mesmos. O aluno que não tem um bom aproveitamento é, para nós, uma grande tristeza e desafio. Queremos que todos possam usufruir do aprendizado e ter um bom rendimento.
Avaliamos, além de notas e conceitos, as histórias de vida e a evolução dos alunos. Suas atitudes, seus aprendizados, sua capacidade de ser autônomo e responsável. Enfim, tudo o que a educação pode trazer de melhor para o ser humano: independência e conhecimento. 
Na avaliação dos alunos, nos avaliamos e reavaliamos nosso trabalho e os aproveitamentos  de cada aprendiz. É importante nosso olhar atento à reavaliação, sempre. Ser capaz de se olhar, olhar para trás e ver o que éramos antes e o que somos agora. Objetividade, nesta hora, talvez não seja o melhor. Subjetivamente temos um olhar voltado para o TODO do aluno. 
Ótimas reavaliações para todos!

sábado, 24 de dezembro de 2016

Não consigo me desprender. Mas será que preciso?

Tenho observado que minha postura diante das atividades da Interdisciplina Representação do Mundo pela Matemática estão muito ligadas às aulas de Ciências. Nas propostas de atividades da disciplina a adaptação para nossa sala de aula e alunos é um verdadeiro desafio. Inserir os conceitos matemáticos em nosso cotidiano, que muitas vezes já está bem estabelecido) é um pouco desestruturador.
O desfio da semama era pensar em atividades que trabalhassem conceitos envolvidos na temática Espaço e Forma.
Em Ciências algumas atividades me ocorrem, neste momento, que são requisitadas as habilidades de localização espacial e geometria. Quando trabalhamos os conceitos de cadeias e teias alimentares, os alunos precisam reconhecer no emaranhado de transferências de energia, quais seres vivos são produtores, consumidores primários, secundários, etc. Nestes conceitos, além de ser necessário o conceito de cada nível trófico, precisam ter a percepção de localização de cada ser vivo, e com isso, a indicação de seu papel na teia apresentada.
Outro momento que me recordo é através da aplicação de um exercício que demonstra a montagem de um esqueleto humano. Nesta atividade, precisam reconhecer quais ossos constituem o lado direito e esquerdo do corpo. 
Uma das experiências que envolviam o espaço, que já fiz com alunos, foi um coração animado. Através do estudo do sistema cardiovascular, os alunos foram divididos em grupos de "sangue rico em oxigênio" e "sangue rico em gás carbônico". Nesta divisão, deveriam identificar, num coração desenhado no chão, onde deveriam se localizar. À medida que a circulação iniciava e progredia, deveriam ir se reposicionando. Carregavam plaquinhas que os identificava. No entanto, à medida que a circulação evoluía, o sangue também se modificava, pois ocorre a utilização do oxigênio pelo organismo, em como renovação do sangue nos pulmões. Então, nestes locais, precisavam estar atentos para alterar o lado da sua plaquinha, indicando a mudança do tipo de sangue. Uma atividade dinâmica em ciências, envolvendo a localização espacial e a dinâmica da circulação sanguínea.
Não sei se estou na direção correta de minha formação ao adaptar as atividades desta maneira. No entanto, é o que eu faço. Será que preciso me abster dos conceitos de Ciências para trabalhar os conceitos matemáticos? Será que preciso?

Nada será como antes, mas sempre será!


Era para ser um trabalho da Interdisciplina Representação do Mundo pelos Estudos Sociais, mas tornou-se uma jornada interna aos sentimentos. Nossas memórias e guardados, nossos registros de momentos, nossas ideias e pensamentos ficam, muitas vezes, esquecidos num lugar que não sabemos identificar. Temos a certeza de poder retornar a este lugar e reviver tudo, mesmo que por lembranças, mas não praticamos este exercício de reflexão e autoconhecimento. Mas para fazer o mencionado trabalho, pratiquei. E foi muito bom!
Para iniciar a escrita foi necessário, primeiramente, repensar que registros eu tinha da minha caminhada como professora. Iniciei revendo fotos bem antigas, da primeira turma. Foi em 2005. Aprendendo a cada dia com aquelas turmas que foram verdadeiros desafios, não por suas atitudes ou questionamentos, mas por minha inexperiência docente. Nem imaginam quanto me ensinaram! E com esta primeira turma estava também meu primeiro celular com câmera. Antes do celular, não tinha nenhum registro meu com alunos. Então, para dar continuidade ao trabalho pensei em fazer uma retrospectiva. Logo mudei de ideia porque percebi, que ao observar minhas fotos antigas, a intenção das fotos era diferente das fotos que temos hoje. Por isso, selecionei fotos de 2005 e de 2015.

Neste intervalo de década, muitas coisas mudaram. As câmeras evoluíram, os celulares ficaram mais potentes. Rapidamente se obtém uma fotografia de alta qualidade, se observa em uma tela de boa definição e se pode compartilhar ou arquivar a foto. Não somente estas características mudaram, como minha relação com as fotografias de celular. Os momentos registrados ou as intenções de registro se alteraram. Nossa perspectiva com as fotografias mudou. Registrar para ver depois, relembrar depois, não é mais como era há uma década atrás.
Nas fotografias de 2005, notoriamente em qualidade inferior às fotos atuais, predominavam registros de momentos escolares mais específicos: especiais, eventos, atividades diferenciadas da rotina. As fotos atuais carregam um conteúdo quase de registro diário, talvez uma ânsia de manter cada momento eterno nas fotografias. Perdi o pudor de registrar, aumentei o repertório de “interesses” fotográficos e tornei a câmera uma espécie de HD externo da mente. Mesmo registrando tanto, não costumo revisitar estes registros. Sei que estão salvos nos arquivos. Sei que se precisar recordar, basta ir na data desejada e encontrar o registro.
Uma possibilidade de aprendizagem ou manipulação? Os dois! Revisitar os fatos possibilita a aprendizagem e a reflexão. Notei que minha postura era diferente, lembrei de como eu pensava diferente. Rever aqueles momentos traz de volta, na memória, os sons, cheiros e pensamentos que tinha no momento da fotografia. Não registrava banalidades ou registros de “vou fotografar, pois posso precisar desta informação depois”. Fotografava para ter um registro de um momento importante, algo que estava fora dos momentos habituais e que merecia um registro. Ainda carregava comigo o pudor das máquinas fotográficas com filme, quando registrávamos com muito cuidado os momentos que caberiam nas 12/24/36 poses.
Nas fotos atuais o viés “para recordar” existe em menor intensidade. Predomina “vou usar depois, vou compartilhar, vou mostrar”. Neste sentido a manipulação da memória se encarrega de demonstrar que a perspectiva de registros mudou bastante. Os momentos fotografados são sim registros para lembrar, mas (muito mais) para mostrar, testemunhar, ter para ver depois, compartilhar.
Os nossos hábitos mudam, as coisas que nos rodeiam mudam, e nossa impotência diante do tempo e do espaço permanecem. No entanto, o que foi (o que vivemos), permanece, fica. O que aconteceu, o que éramos, para sempre será!

Referência:
FELIZARDO, Adair; SAMAIN, Etienne. A fotografia como objeto e recurso de memória. Discursos fotográficos. Londrina, v.3, n.3, p.205-220, 2007. Disponível em: <http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/discursosfotograficos/article/view/1500/1246> Acesso em: 20 set. 2016.


domingo, 11 de dezembro de 2016

Correndo para viver, vivendo para correr!


Faz pouco tempo que descobri um novo amor na vida. Um amor que chegou e abalou meus conceitos sobre exercício físico. Sacudiu meus hormônios, meus neurônios, meus músculos e nervos. Me tirou da inércia e deslocou, além de meu corpo por diversos quilômetros, minha mente. 
Mas o que um texto que inicia assim pode ter de relação com os aprendizados do PEAd?  
Quando começamos a correr, ou quando iniciamos uma corrida, o primeiro pensamento que nos vem é "o que estou fazendo aqui, de novo?", "parece que não aprendo, que teimosia!" e um mais dramático "não vou conseguir". Com o tempo e com o aquecimento, a dificuldade inicial é superada e inicia-se uma fase de puro deleite. O vento que bate no corpo suado alegra até a alma mais resistente e o músculo aquecido responde com uma eficiência de dar gosto. Depois de um tempo o entusiasmo inicial diminui, conseqüência do cansaço físico. nessas horas o cérebro manda mensagens de "dá uma paradinha, que mal há?" ou então "chega, você já está cansada demais, para que isso?" Nessa hora é importante ocupar a mente, contar a freqüência respiratória, imaginar locais no caminho que deseja alcançar, focar em algum corredor que esteja à frente e tentar alcançar, etc.Com tantos exercícios mentais a dificuldade que estava tomando conta some e inicia uma nova fase: o entusiasmo do final. Vai chegando a quilometragem almejada e uma mensagem de "falta pouco, prossiga" faz qualquer falta de estímulo sumir. E assim completamos os treinos semanais, as quilometragens desejadas, as provas de rua e os desafios pessoais que travamos. Assim, o que parece um martírio para quem vê externamente, é na verdade, um processo de grandes benefícios para quem pratica.
Quando pensei em escrever este texto, pensei nas analogias que a corrida tem com minhas atividades como professora e como aluna. Sim, ser professora e acadêmica de Pedagogia mexe com os músculos e nervos também! É preciso muita força e nervos de aço para suportar os desafios que se apresentam!
Quando iniciamos mais um ano letivo ou um novo semestre, o pensamento de "o que estou fazendo aqui, de novo?" sempre surge. As expectativas nos trazem também ansiedade e pensamos que não gostamos do que está acontecendo, mas logo tudo muda. Os alunos são conhecidos, as disciplinas são desvendadas e logo compreendemos a razão de ali estarmos novamente: reclamamos, mas gostamos muito do que fazemos!
Não demora muito e as dificuldade surgem: falta de tempo, dificuldades das disciplinas, alunos indisciplinados ou com dificuldades, planejamentos que não conseguimos concluir, etc Com isso um desânimo nos assombra e precisamos ser fortes para superar e prosseguir. À medida que isso acontece, vamos nos aproximando dos nossos objetivos iniciais e o ânimo retorna. A proximidade do final, do aprendizado, da superação nos dá um empurrãozinho a mais para completar a nossa "corrida".
E assim, findamos os semestres e anos letivos: cansadas, exaustas, aparentemente desgostosas do que fazemos, mas na verdade temos uma satisfação que só quem trabalha com Educação compreende. Superar os limites internos e ver outros superando limites com nosso auxílio é prêmio dos mais valiosos. É primeiro lugar no pódio, é o "melhor tempo", é a corrida perfeita.
Enfim, neste semestre retomei minha atividade física. Com menos tempo ainda (pois agora tenho mais um bebê), preciso de mais organização para concluir minhas atividades, cumprir minha rotina de trabalho, conciliar minha vida pessoal e profissional. Algumas coisas andam "penduradas por aí, confesso, mas assim estão por necessidade ou por opção de priorizar outros momentos da vida. Espero ser justa neste balaço tempo/prioridade. O tempo corre e não volta. 
Boa corrida pra você também!