Este é o último post do semestre. Não foi um
semestre fácil. Tive alguns contratempos pessoais que me fizeram ficar
"fora do ar" por alguns momentos. Um puerpério diferente dos que já
passei, uma sobrecarga física e psicológica (que sempre soube que enfrentaria,
não reclamo) que me atrasaram um pouco. Tentei manter a qualidade das escritas,
sempre voltando às questões pertinentes das aprendizagens do semestre, mas
também ressaltando algumas questões que nos cercaram no semestre.
Nossa presidente sofre um processo de
impeachment, uma menina sofre um estupro coletivo, escolas são ocupadas e um
projeto muito perturbador tenta se instaurar na educação: o projeto Escola sem Partido, que alega
combater a doutrinação de esquerda nas escolas e defender uma educação
supostamente neutra. Neutra? Ora...
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http://jornalggn.com.br/noticia/escola-sem-censura-contra-o-cerceamento-da-sem-partido |
O projeto de Lei 193, de
2016, está em tramitação. Liderado pelo advogado Miguel Nagib, uma de suas iniciativas é
a divulgação de anteprojetos de lei estadual e municipal, que buscam legislar
sobre o que é ou não permitido ao professor debater dentro de sala de aula. A medida tem sido
interpretada por educadores e diversos formadores de opinião como sendo uma
ofensiva conservadora voltada ao sufocamento de ideologias divergentes no
universo da formação educacional.
A “lei da mordaça”, como vem sendo chamada, além de institucionalizar
uma visão reacionária da sociedade e das relações sociais que é tida como o
ideal, enquadra o pensamento crítico nas escolas, tomando como padrão a leitura
conservadora do mundo. Assim, também, subestima a capacidade dos alunos de ter
suas opiniões críticas frente ao que os professores tratam em sala de aula.
Enfim, um programa que tolhe, de todas as maneiras, toda a construção que estamos
lutando, há tempos, estabelecer na Educação Brasileira.
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Um "meme" que ironiza a "neutralidade" da proposta da escola sem partido. http://www.controversia.com.br/blog/2016/07/09/polemico-projeto-do-escola-sem-partido-tramita-em-5-estados-8-capitais-e-df/ |
“A escola e a
universidade devem falar sobre gênero, sexualidade, política, filosofia, sobre
história, ideias, ideologias e doutrinas de todo tipo, e isso precisa ser visto
como algo positivo, não como um perigo. É preciso que isso seja feito
apresentando diversas opiniões e educando os alunos para que possam fazer uma
leitura crítica de todas as ideias que lhe são apresentadas. Precisamos ter uma
escola com todos os partidos, com democracia, com diversidade, com
curiosidade pelo saber, pela informação, pela pesquisa, pelo debate, pela
leitura crítica do mundo — e, sobretudo, uma escola com muita liberdade”,
considera o parlamentar, um dos críticos ferrenhos da proposta (Jean
Wyllys ,PSOL-RJ).www.brasildefato.com.br/2016/07/18/projeto-escola-sem-partido-e-uma-ode-ao-atraso-diz-professor/

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