Na leitura do capítulo "O Instinto Musical" do Livro A música no seu Cérebro (Daniel J Levitin, 2006), o papel da música em nosso cérebro é amplamente discutido, desde as bases cerebrais até os ritos comportamentais e vocalizações de outras espécies, além da humana.
O livro todo trata de uma experiência sensorial fascinante que somente a música pode nos proporcionar. Fala também sobre a evolução do cérebro e da música, paralelamente. O que um tem a ensinar ao outro.
Na escrita de hoje, uma opinião bastante intrigante me chamou a atenção no livro. Um psicólogo e cientista cognitivo (Stevem Pinker) propõe que a música atue no cérebro como um cheesecake auditivo. Nesta proposta defende que a música atue "simplesmente estimulando várias partes importantes do cérebro de forma altamente agradável, como um cheesecake estimula o palato. Os humanos não desenvolveram em sua evolução o gosto por esse alimento, mas pelo açúcar e gordura presentes neste que atuariam disparando centros de gratificação que nos oferecem prazer ao degustá-los. Assim o cientista também classifica a música: os nossos centro de prazer não sabem a diferença entre as fontes de prazer. A música atuaria como reforço de um comportamento adaptativo, presumivelmente a comunicação linguística.
Em contrapartida, o autor do livro defende que a música atuou na evolução humana em diversos aspectos: ajuda a preparar a mente para complexas atividades cognitivas e sociais, exercitando o cérebro e deixando-o preparado para as exigências a que terá de responder na linguagem e na interação social. Na criança, por exemplo, em seus primeiros seis meses, a percepção infantil não lhe permite identificar a origem de um estímulo sensorial (a visão, audição e tato confundem-se em uma representação perceptiva unitária), vivendo em estado de total "esplendor psicodélico" (sem a ajuda de drogas, frisa o autor). Assim, as interações da criança que envolvem a música promovem um processo integrativo de alto nível que permitem a exploração da linguagem generativa pelos balbucios e mais tarde pelas produções linguísticas mais complexas.
Nesta nossa caminhada na Educação, e esforços de muitas áreas para implementação da Música na Escola, os argumentos , sejam eles baseados na Evolução humana, sejam baseados na busca do prazer, fomentam sempre a instauração da música e sua disseminação.
Seja qual for o argumento defendido, observo que ambos têm sua participação na música. Observamos a melhora da linguagem, raciocínio, desenvolvimento psicológico e interação social em indivíduos que têm interação com a música desde a infância. Também é inegável que temos na música, seja qual for seu estilo de preferência do ouvinte, uma fonte de prazer e sensações que poucos estímulos tem capacidade igual.
O importante é que temos na música uma fonte de indução de sentimentos e emoções. E temos, hoje (e sempre?) uma grande carência disso.
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