" Linguagem de programação: o novo curso de idioma das escolas"
(http://brasil.elpais.com/brasil/2016/07/14/politica/1468529337_842962.html)
Já se fala que essa geração já “nasceu sabendo usar o celular”. De
fato, foram cercados pelos aparelhinhos desde muito cedo, natural que dominem
sua linguagem e saibam manejar com destreza suas funções e aplicativos. Lembro quando
meu filho do meio (nasceu em 2011) pegou meu celular (que na época não era um
modelo touch screen) e começou a
tocar na tela tentando acessar o conteúdo como se fosse possível assim. Viu as
pessoas em outros celulares fazendo dessa maneira e tentou fazer igual. Eu me
perguntava “já nasceu sabendo isso?”
Em São José dos Campos, uma escola da periferia (Escola municipal Elizabete de Paula Honorato) vem
implementando um laboratório de robótica, games e realidade aumentada a pedido
dos próprios alunos, com recursos levantados por meio do Projeto Escola
Interativa, programa da prefeitura que tem como objetivo equipar as 119 escolas
da rede com infraestrutura tecnológica. A iniciativa busca aproveitar o
potencial econômico da cidade, que abriga um dos maiores parques tecnológicos
do país, onde se localizam mais de 300 empresas e instituições do setor. Por
meio do projeto, a escola já recebeu o kit de notebooks, tablets, projetores
interativos e acesso a rede wi-fi,
para que alunos e professores acessem o conteúdo de bibliotecas virtuais
públicas no mundo todo.
Na cidade existe o Laboratório
de Educação Digital e Interativa (Ledi), um projeto desenvolvido pela
prefeitura que reúne, em um prédio exclusivo no centro, atividades de
computação, programação, audiovisuais e robótica. O centro é aberto para a
comunidade e para os 60 mil alunos da rede de ensino, e oferece aulas gratuitas
de programação e oficinas de computação. A tecnologia está presente na vida dos
jovens e já mudou a forma como os alunos interagem e aprendem em sala. Nada
mais razoável do que incentivar essas habilidades e aproveitá-las em um modelo
de ensino que se torna cada vez mais multidisciplinar", afirma o
vice-diretor da escola Elizabete Honorato, Pablo Jacinto de Oliveira. "As
escolas precisam se adaptar às novas demandas de ensino, treinando professores
e abrindo oportunidades de aprendizado com ferramentas interativas. Não apenas
por causa do mercado de trabalho, mas também porque os alunos se sentem mais
motivados quando utilizamos ferramentas que já fazem parte do dia a dia
deles", complementa.
Se por um lado temos, em muitas
escolas, normas rígidas quanto ao uso do celular em sala de aula, por outro
lado temos escolas que o utilizam como ferramenta importante no aprendizado.
Não podemos, claro, permitir que seja utilizado sem limites e sem objetivos,
pois garante grande distração entre todos que o utilizam (crianças, jovens e
adultos). Mas podemos ter no celular, nos tablets e no acesso wi-fi uma gama de
ferramentas que auxiliem muito o aprendizado. O ensino de linguagem de
programação nas escolas permite que os alunos criem jogos e páginas, as quais
podem ter conteúdos de pesquisa e que garantem uma busca seletiva de informações
para as construções. Já nos jogos, a lógica é altamente estimulada e presente
na formulação dos desafios que apresenta.
Estamos, sem dúvida, em tempos de
fronteira. Onde teremos extremos ou novos caminhos para trilhar. Mais que isso,
é importante que não estejamos presos a antigas ideias e sejamos livres de
preconceitos. Usar a tecnologia é muito atraente e temos, ao mesmo tempo que
aceitar, saber os limites de seu uso na sala de aula.
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