terça-feira, 19 de julho de 2016

Educação Digital

Linguagem de programação: o novo curso de idioma das escolas" (http://brasil.elpais.com/brasil/2016/07/14/politica/1468529337_842962.html)
Já se fala que essa geração já “nasceu sabendo usar o celular”. De fato, foram cercados pelos aparelhinhos desde muito cedo, natural que dominem sua linguagem e saibam manejar com destreza suas funções e aplicativos. Lembro quando meu filho do meio (nasceu em 2011) pegou meu celular (que na época não era um modelo touch screen) e começou a tocar na tela tentando acessar o conteúdo como se fosse possível assim. Viu as pessoas em outros celulares fazendo dessa maneira e tentou fazer igual. Eu me perguntava “já nasceu sabendo isso?”
Em São José dos Campos, uma escola da periferia (Escola municipal Elizabete de Paula Honorato) vem implementando um laboratório de robótica, games e realidade aumentada a pedido dos próprios alunos, com recursos levantados por meio do Projeto Escola Interativa, programa da prefeitura que tem como objetivo equipar as 119 escolas da rede com infraestrutura tecnológica. A iniciativa busca aproveitar o potencial econômico da cidade, que abriga um dos maiores parques tecnológicos do país, onde se localizam mais de 300 empresas e instituições do setor. Por meio do projeto, a escola já recebeu o kit de notebooks, tablets, projetores interativos e acesso a rede wi-fi, para que alunos e professores acessem o conteúdo de bibliotecas virtuais públicas no mundo todo.


Na cidade existe o Laboratório de Educação Digital e Interativa (Ledi), um projeto desenvolvido pela prefeitura que reúne, em um prédio exclusivo no centro, atividades de computação, programação, audiovisuais e robótica. O centro é aberto para a comunidade e para os 60 mil alunos da rede de ensino, e oferece aulas gratuitas de programação e oficinas de computação. A tecnologia está presente na vida dos jovens e já mudou a forma como os alunos interagem e aprendem em sala. Nada mais razoável do que incentivar essas habilidades e aproveitá-las em um modelo de ensino que se torna cada vez mais multidisciplinar", afirma o vice-diretor da escola Elizabete Honorato, Pablo Jacinto de Oliveira. "As escolas precisam se adaptar às novas demandas de ensino, treinando professores e abrindo oportunidades de aprendizado com ferramentas interativas. Não apenas por causa do mercado de trabalho, mas também porque os alunos se sentem mais motivados quando utilizamos ferramentas que já fazem parte do dia a dia deles", complementa.
Se por um lado temos, em muitas escolas, normas rígidas quanto ao uso do celular em sala de aula, por outro lado temos escolas que o utilizam como ferramenta importante no aprendizado. Não podemos, claro, permitir que seja utilizado sem limites e sem objetivos, pois garante grande distração entre todos que o utilizam (crianças, jovens e adultos). Mas podemos ter no celular, nos tablets e no acesso wi-fi uma gama de ferramentas que auxiliem muito o aprendizado. O ensino de linguagem de programação nas escolas permite que os alunos criem jogos e páginas, as quais podem ter conteúdos de pesquisa e que garantem uma busca seletiva de informações para as construções. Já nos jogos, a lógica é altamente estimulada e presente na formulação dos desafios que apresenta.
Estamos, sem dúvida, em tempos de fronteira. Onde teremos extremos ou novos caminhos para trilhar. Mais que isso, é importante que não estejamos presos a antigas ideias e sejamos livres de preconceitos. Usar a tecnologia é muito atraente e temos, ao mesmo tempo que aceitar, saber os limites de seu uso na sala de aula.

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