terça-feira, 19 de julho de 2016

Era uma vez...

Nas histórias de fadas e princesas, dragões, bruxas e caçadores, crescemos e repetimos através das gerações os contos dos conhecidos Contos de Fadas. Muito se discute sobre as ideias implícitas que eles carregam, nos preconceitos ou até mesmo nas questões de gênero. Discutimos tanto, hoje em dia, sobre tudo. Todos temos pontos a defender, a lutar contra, a opinar e sustentar argumentos que, muitas vezes, nem nos abalam.

O Conto de fadas, por si só, nos oferece uma gama de encantamentos. Não é a toa que são contos passados de geração após geração. De autorias múltiplas e contados ao longo dos séculos, são enriquecidos e ganham elementos a medida que são passados. Não foram escritas sob a ótica de um único autor, com suas ideias fundamentadas no conto.
Utilizar o Conto de fadas para aproximar o aluno da leitura, é uma eficaz ferramenta. Traz, à leitura, uma finalidade prazerosa e não apenas a leitura pelo cumprimento de obrigações na escola ou no trabalho. Forma, assim, leitores para a vida toda. Os contos de fadas são primordiais para o ensino da leitura e da formação da criança, já que estes, são histórias que cativam os leitores de todas as idades. 
O maravilhoso dos contos de fadas faz com que aos poucos a magia, o fantástico, o imaginário deixem de ser vistos como pura fantasia para fazer parte da vida diária de cada um, inclusive dos adultos ao permitirem em muitos momentos se transportarem para este mundo mágico, onde a vida se torna mais leve e bem menos trabalhosa.O envolvimento com os Contos de fadas pode acontecer muito antes Educação Infantil, sendo os pais os responsáveis pelas primeiras caminhadas nestes caminhos encantados no mundo mágico da literatura infantil e assim, a criança conhecerá a realidade do mundo sem toda obscuridade nela presente, através da leitura dos contos de fadas. 
Nesta ótica de utilizar estes contos, acho importante avaliar, juntamente com as crianças, os desfechos dos clássicos. Questionar a possibilidade dos “felizes para sempre”, como podemos viver felizes apesar das batalhas do cotidiano e histórias de vida. Trabalhar a felicidade sob um espectro filosófico, não como um marco (tal qual observamos nos contos de fadas: a partir de um fato “foram felizes para sempre”), mas como uma construção embasada em momentos. Tenho este posicionamento porque avalio que tenhamos hoje a “busca pela felicidade eterna”. Buscamos experiências e bens materiais que possam nos nutrir com esta felicidade que buscamos tanto. Desde cedo as crianças percebem muito isso e, não raro, percebemos o apelo fortemente consumista da nossa sociedade atual. Tentamos prover a felicidade aos pequenos em troca do afeto que não pudemos dar, ou da nossa presença, ou até mesmo da nossa incapacidade de amar o outro.
No entanto, mesmo que me posicione sempre de maneira crítica, às vezes temos que nos entregar ao encantamento e usufruir das histórias, sem preocupações, sem análises. Apenas usufruir e imaginar. Ler além das letras.


Fontes: 



Nenhum comentário:

Postar um comentário