Nas histórias de fadas e princesas,
dragões, bruxas e caçadores, crescemos e repetimos através das gerações os
contos dos conhecidos Contos de Fadas. Muito se discute sobre as ideias
implícitas que eles carregam, nos preconceitos ou até mesmo nas questões de
gênero. Discutimos tanto, hoje em dia, sobre tudo. Todos temos pontos a
defender, a lutar contra, a opinar e sustentar argumentos que, muitas vezes,
nem nos abalam.
O Conto de fadas, por si só, nos oferece
uma gama de encantamentos. Não é a toa que são contos passados de geração após
geração. De autorias múltiplas e contados ao longo dos séculos, são
enriquecidos e ganham elementos a medida que são passados. Não foram escritas sob a ótica de um único autor, com suas
ideias fundamentadas no conto.
Utilizar o Conto de fadas para aproximar
o aluno da leitura, é uma eficaz ferramenta. Traz, à leitura, uma finalidade
prazerosa e não apenas a leitura pelo cumprimento de obrigações na escola ou no
trabalho. Forma, assim, leitores para a vida toda. Os contos de fadas são
primordiais para o ensino da leitura e da formação da criança, já que estes,
são histórias que cativam os leitores de todas as idades.
O maravilhoso dos contos de fadas faz com que aos
poucos a magia, o fantástico, o imaginário deixem de ser vistos como pura
fantasia para fazer parte da vida diária de cada um, inclusive dos adultos ao
permitirem em muitos momentos se transportarem para este mundo mágico, onde a
vida se torna mais leve e bem menos trabalhosa.O envolvimento com os Contos de fadas pode
acontecer muito antes Educação Infantil, sendo os pais os responsáveis pelas
primeiras caminhadas nestes caminhos encantados no mundo mágico da literatura
infantil e assim, a criança conhecerá a realidade do mundo sem toda obscuridade
nela presente, através da leitura dos contos de fadas.
Nesta ótica de utilizar estes
contos, acho
importante avaliar, juntamente com as crianças, os desfechos dos clássicos.
Questionar a possibilidade dos “felizes para sempre”, como podemos viver
felizes apesar das batalhas do cotidiano e histórias de vida. Trabalhar a
felicidade sob um espectro filosófico, não como um marco (tal qual observamos
nos contos de fadas: a partir de um fato “foram felizes para sempre”), mas como
uma construção embasada em momentos. Tenho este posicionamento porque avalio
que tenhamos hoje a “busca pela felicidade eterna”. Buscamos experiências e
bens materiais que possam nos nutrir com esta felicidade que buscamos tanto.
Desde cedo as crianças percebem muito isso e, não raro, percebemos o apelo
fortemente consumista da nossa sociedade atual. Tentamos prover a felicidade aos
pequenos em troca do afeto que não pudemos dar, ou da nossa presença, ou até
mesmo da nossa incapacidade de amar o outro.
No
entanto, mesmo que me posicione sempre de maneira crítica, às vezes temos que
nos entregar ao encantamento e usufruir das histórias, sem preocupações, sem
análises. Apenas usufruir e imaginar. Ler além das letras.
Fontes:
Texto
Encantos para sempre https://moodle.ufrgs.br/pluginfile.php/1612437/mod_resource/content/2/Texto%20aula%206%20e%207.pdf
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