Sala de aula é realmente um espaço lindo! Como são valiosos os momentos em que as pessoas "se dão conta" das coisas e levam aquilo consigo, reverberando por muito tempo aquela mensagem que precisa ser mais do que ecoada! Lembrei das escritas sobre preconceito de tempos atrás e de como podemos trabalhar e trazer à luz da reflexão construtiva esta abordagem. Nestas postagens, trabalhava a questão racial e hoje, neste post conto uma daquelas "tomadas de consciência" que aquecem nosso coração professor.
Debatíamos em sala de aula um video da neurocientista Suzana Herculano, que abordava as transformações no cérebro adolescente. Neste debate, veio a questão da preferencia sexual e da opção sexual. Os alunos contribuíram muito na dinâmica da aula e a questão da repressão das opções sexuais veio a tona, pois as pessoas não se sentem "permitidas" por suas questões familiares, religiosas, sociais...enfim, reprimem suas preferências e opções em nome do que a sociedade (ainda, infelizmente) julga como correto. Notei que traziam muitos casos de relato em que a homofobia foi presente na vida deles, e posicionaram-se sobre o preconceito sexual, de gênero, racial, religioso, social, racial.
No final da aula, perceberam como a aula mudou de rumo sem aquele tom "ameaçador" de doutrinação ou lavagem cerebral que muitos temem e imaginam que estes assuntos "polêmicos" possam configurar nas salas de aula. Foi um debate franco e aberto onde todos puderam ser escutados.
Até que alguém disse "quando a gente fala desses assuntos tabus, quem sente estes preconceitos pode ser escutado. Pode se sentir parte, e dizer que a existência dele ou do jeito que ele é não é um jeito errado, nem proibido, nem ruim...é importante isso, né?"
E a professora, calada, sorri e sente que o rumo da aula, que mudou totalmente, era o rumo que precisava ser tomado. E que cada vez mais venham estas construções despretensiosas e naturais, plenas de significado para alunos e professores.
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