segunda-feira, 22 de abril de 2019

22/04 NÃO TENHA MEDO DA ARTE

Arte é toda manifestação individual ou coletiva que expresse sentimentos e emoções, registre ou demonstre um momento histórico ou proteste contra este. Arte não é bonita. Arte não é feia. Tampouco é útil ou inútil. Simplesmente é arte. E só de ser, já é arte. Pode ser expressada através de diversas formas e materiais, desde os já conhecidos materiais de obras de arte até coisas inusitadas, ou até mesmo efêmeras. Precisa ser sentida, não somente vista. E este sentimento é dentro dos humanos, não através dos sentidos, necessariamente. Usamos os sentidos para informar nosso interior do que é a arte que estamos contemplando, mas a sentimos dentro de nós, em um processo muito íntimo e individual. Cada um sente do seu jeito.
E neste cenário político e social atual do Brasil, onde pensar parece uma contravenção, retorno ao dia da postagem mais triste do ano passado. Naquele dia, a arte da vida se manifestava em muitos olhares, em muitos gritos, em muitos pensamentos. Nem todos expuseram sua arte nas ruas, nem todos cantaram a canção que dizia o que sentiam, nem todos esculpiram o que lhes vinha do coração. Assim, nesta luta interna contra as forcas de uma sociedade cega e atendendo ao clamor popular, a injustiça foi feita. Com arte ou sem arte, sentimos: ou ódio ou alegria.
Em franca reflexão do papel da arte em nossas vidas, reitero o quanto esse dia foi triste, bem como seu registro fotográfico artístico. O que não imaginávamos era como as coisas se desenrolariam dali para a frente, ou se enrolariam mais ainda. E viveríamos tempos retrocessos, onde até a arte, ou talvez principalmente a arte seja questionada. 
Eu sigo com minhas impressões iniciais, onde não coloco a arte como útil ou necessária, mas uma excelente oportunidade em nossas vidas de nos conhecermos. Procuramos utilidade em tudo, queremos saber para que servem. Pois bem, a arte serve para nos transformar. Mesmo as obras clássicas nos transformam, imagine o que nos provocam as obras contemporâneas que nos colocam, muitas vezes, como protagonistas da própria arte. Não esperamos encontrar a arte somente em museus ou galerias, teatros ou igrejas. Que sejamos capazes de ver a arte em diversos espaços onde ela se manifesta, com cada vez mais novas possibilidades de materiais de exploração para exprimir os sentimentos dos artistas.
A humanidade ainda tem muito a caminhar em torno de seu próprio conhecimento como espécie e todas as nuances que nela encontramos. Para isso a arte “serve”, para isso ela existe. Nos traz sentimentos, nos indaga, nos mostra, nos desacomoda, nos perturba. Mas também, nos ensina a pensar em nós mesmos, no que sentimos e no que temos feito de arte em nossas vidas.

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