terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Final de 2015/2

E chegou o dia do nosso II Workshop. Tanta preparação, tantas discussões, leituras, fóruns, atividades, prazos, trocas, aprendizados...Em um breve relato, o resumo da noite de ontem:
Nas apresentações os relatos eram semelhantes, as angústias similares e os aprendizados múltiplos. Mais uma prova de que o momento de escuta das experiências alheias são, também, momento para aprender!
Professora: Caroline Pacievitch;Tutoras:Raona Pohern e Isolete Wolfart
Janaina Minuzzo, Josiana Felix Rosa da Silva,Josiane da Rosa Henrique, Kátia del Fabro, Liris Crist Bravo,
 Luciana Mello Kalicheski, Mara Regina Barcellos da Cunha, Maria Marchand Dal Piva, Núbia Siqueira Cerutti, Rejane Carvalho Fortes.
Neste semestre nos vimos com muitas tarefas. A sensação era que tínhamos água pelo pescoço, subindo continuamente, e tudo o que tínhamos que fazer era nadar, sem parar. Como angústia coletiva o tempo (ou a falta dele) aparece predominante. Não aquele tempo mecânico do relógio que contamos e contabilizamos, mas aquele tempo que  nos dedicamos à nossa vida, familiares e a nós mesmas. 
A angústia com a tecnologia também volta a aparecer, demonstrando que, apesar de ser um curso EAD, a distância com os meios de acessá-lo também existem. Mas isso a prática e a convivência trarão a diminuição da fenda existente entre as gerações.
Aprendemos a enxergar o vínculo entre as Interdisciplinas, as linhas, as conexões que temos que seguir para ter um olhar interdisciplinar, verdadeiramente.
Sigamos buscando a interação entre a teoria e a prática, uma não existe sem a outra. Com maior ou menor consciência, as formulações dos teóricos que estudamos aparecem nas nossas salas de aula. 
A transformação a que este curso se propõe está em franco processo de produção: nos autorizar a falar sobre a prática e as questões pedagógicas, psicológicas, sociológicas, políticas e sociais que a envolvem. 
Não nos prendemos a papéis ou leituras de slides nas apresentações; não é necessário este apoio quando falamos sobre algo que vivemos, que está muito sólido nas nossas memórias.
Encontramos no grupo o poder da amizade e do bom-humor, a troca de olhares incentivadores, aquela balançada na cabeça que concorda e a cumplicidade que, muitos, acreditem não existir entre mulheres com um mesmo objetivo.
Estudar Pedagogia é um caminho de alimentar nosso sonho de produzir o conhecimento com a intenção de mudar o mundo, de fazer a diferença, de estudar e não desistir, enfrentando os obstáculos.

Boas Festas, futuras Pedagogas! Foi muito bom estar com vocês!


Acredito que esta seja a última postagem de 2015 neste blog. Tive persistência durante este semestre para manter as produções. Precisei pensar, quase continuamente, sobre relevâncias que gostaria de relatar. Ontem, fechei o semestre com grande satisfação. Bastante orgulhosa e feliz.

Sobre orgulho e alegria: sinto a falta que corrói, hoje, de um velho "saber viver". Daquela sensação de que, em minutos, tudo rui, tudo escorre, tudo desmancha. Há pessoas que destroem coisas, e há pessoas que destroem pessoas. 
Até um dia, pessoal!

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Experiência Feliz na Escola

Como uma das últimas tarefas na disciplina de Escolarização, nos foi solicitado o relato de experiências felizes ou não felizes na Escola.


Vou relatar uma experiência feliz, que originou muito prazer desde seu planejamento, execução e resultados finais. Trata-se do projeto “Vida não é Brinquedo” que desenvolvi em parceria com uma colega na E.M.E.F. Deputado Marcírio Goulart Loureiro. O projeto foi desenvolvido em conjunto nas disciplinas de Ciências e Português com alunos de segundo ano do terceiro ciclo (oitavo ano). Neste ano-ciclo a temática é a fisiologia do corpo humano e para tratar as questões de prevenção da gravidez precoce e métodos contraceptivos elaboramos o projeto que visava oferecer aos alunos ferramentas para valorizar a vida, estimulando a autoestima, autonomia individual e responsabilidade. Propusemos então a dinâmica de convivência com um ovo: cada dupla de alunos simulou um casal, cuidando do ovo como se fosse um filho, carregando para todas as atividades dentro e fora da escola, durante 03 dias.
A atividade teve sua culminância em um sábado letivo onde os alunos relataram sua experiência e participaram de uma oficina sobre reprodução, sexualidade e prevenção contra doenças sexualmente transmissíveis. A vivência com o ovo proporcionou a discussão sobre a responsabilidade de ser pai/mãe, bem como puderam experimentar os problemas que a presença de um “filho” originaria para eles nesta fase da vida. Os pares de alunos também foram encarregados de relatar suas experiências com os “filhos”, bem como suprir necessidades básicas ao mesmo (recipiente para proteção-berço, adereços-roupa, cuidados constantes- permanência, inclusive, em sala de aula).

Bercinhos e cestinhas para transportar os "bebês".



Eu e os "bebês"...detalhe que eu também estava grávida (Maio de 2011).








Detalhe de um dos "filhos".


Discutir a temática da gravidez na adolescência, suas consequências e traumas causados pela gravidez indesejada foi o foco principal deste projeto, buscando questões de dúvidas entre os alunos participantes, bem como simular uma situação de responsabilidade da maternidade/paternidade precoce. A satisfação dos alunos era notória, tanto que muitos preferiram levar seu “filho” para casa de recordação. Também participaram ativamente da oficina de prevenção às DSTs e gravidez precoce. Nos sentimos felizes com a experiência, que demonstrou a necessidade de abordagem direta do assunto de modo acessível aos jovens, sem distanciamentos conceituais ou somente teorias, mas com um diálogo franco e aberto sobre suas dúvidas e angústias.Foi uma experiência alegre para todos!

Referência: 

CARVALHO, Roberto Muniz Barreto. Georges Snyders: em busca da alegria na escola. PERSPECTIVA.Florianópolis,v.17,n.32.,p.151-170. jul./dez.1999.
 






quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Estamos em Obras: Construção do Workshop II !





Sim...aqui estamos. Prazo final de entrega do Documento de Avaliação estourando na próxima segunda-feira! 
O rascunho do documento está já na cabeça e no documento do Word...mas como faço para organizar tantas ideias e produções? Não bastasse isso, ainda penso nas atividades das demais interdisciplinas que precisam de atenção, ainda. Mas não vamos entrar em pânico, tudo se resolve.
Neste semestre, como no anterior, nosso crescimento foi embasado nas trocas. Vivenciamos nossas aprendizagens e trocamos com as colegas as nossas angústias e sucessos. 
Em franco crescimento estamos (eu, particularmente, gestando uma menininha que chega em fevereiro cresci bastante!) e prosseguiremos. Negociamos prazos de atividades, lidamos com as tutoras e professoras em busca de auxílio, desabafamos nossos problemas nos grupos de watsapp e venceremos, certamente, mais uma etapa do nosso curso de Pedagogia.  
Por hora, caros amigos, admito que estou cansada. Mas tudo na vida é assim: por tempestades passamos para depois usufruirmos dos bons tempos. 


Um pequeno parênteses nesta postagem de Construção do Workshop II: 
Estamos em plena semana de protestos dos estudantes em SP que ocupam escolas e saem às ruas contrários à reestruturação do ensino estadual. Tal "reorganização"  pretende organizar as escolas por ciclos tentando concentrar alunos de uma mesma faixa etária nas escolas (o que acarretaria, também, o fechamento de muitas escolas). Não vou escrever mais profundamente sobre isso agora. 

Tenho tanto para falar, mas guardo para outro momento, pois estou esperando os fatos e desdobramentos dessas ocupações e manifestações dessa gurizada cheia de gás que me orgulha muito. Lutam com braveza e coragem que não vemos há tempos nos jovens. Lutam por seu direito à Educação de Qualidade. Nem vou entrar agora nas questões políticas que permeiam essa situação e a tamanha brutalidade com que os estudantes vem sendo tratados nos protestos.
Sigam, jovens, apesar da repressão, da ignorância e da desimportância com que a luta de vocês vem sendo tratada. A causa é justa, e sou solidária!

sábado, 28 de novembro de 2015

Vamos brincar?




Diversos materiais que nos rodeiam podem se transformar em instrumentos de brincadeira, construindo, criando, inventando o brinquedo e novas formas de brincar. Assim temos no "Caramba Carambola, o brincar tá na Escola". O brinquedo, no Projeto Brincar, vai além do objeto que será manipulado, assume a dimensão de objeto de criação, o qual a criança tem a liberdade de explorar e inventar para si o seu momento lúdico, a sua brincadeira. Este brincar com materiais alternativos, que fujam dos brinquedos tradicionais, é natural e proporciona a liberação da criatividade. O Projeto brincar também se propõe a criar uma ponte com as crianças que fomos um dia para compreender o que é a infância, a brincadeira, através de experiências muito simples mas verdadeiras na formação de professores.
É evidente a importância da brincadeira na infância. Conhecer os seus limites e os limites do próprio corpo, interpretar a realidade através de um momento lúdico e expor suas ideias com esses instrumentos que chamamos de “brinquedos”. Gosto de conceituar os brinquedos como instrumentos, como ferramentas que possibilitarão à criança a criação, o encantamento e a construção da realidade. Seja um brinquedo “pronto” ou um brinquedo “feito”, ambos exercem essa magia sobre a criança, e se fôssemos mais flexíveis, muitas angústias dos adultos seriam sanadas através do brincar também. Perdemos a autorização para brincar quando nos colocamos no mundo adulto, como se não nos pertencesse mais. E nos frustramos diante de tantos problemas e compromisso que temos como encargos. Se pudéssemos “nos autorizar” brincar mais...
Brinquei muito, e ainda brinco com meus filhos. Me autorizo, sim, esses momentos. Crio, invento e reinvento uma realidade que, às vezes, precisa ser mudada. Quando criança, gostava muito de brincar de “mamãe e filhinhas”, de “restaurante” e de “irmãs”. Eu e uma amiga inventávamos que éramos irmãs, e vivíamos nossas aventuras e desventuras juntamente com nossas “filhas” (bonecas que carregávamos com muito carinho juntamente com todo o aparato que as “filhas” precisavam). Hoje, ambas mães, lembramos que aquela brincadeira era muito semelhante ao que vivemos: rotina com muitos afazeres, prazer em estar com os filhos, responsabilidade pelas coisas todas que cercam a maternidade e a diversão que tínhamos e temos nestes momentos. Recentemente fui surpreendida por meus filhos: ao juntar sucata em casa para atividades escolares, deparei-me com o pedido deles para “brincar com a sucata”. Inventaram tantas brincadeiras com caixas de ovos e tampinhas de garrafas pet! Criaram boliches com garrafas e edifícios com caixinhas, recortaram, colaram, inventaram e brincaram por um longo período naqueles materiais. Têm muitos brinquedos, mas fizeram daquela brincadeira um momento único. Minha surpresa não foi a simplicidade dos materiais, mas sim a complexidade do que criaram e se permitiram ao manipular um material alternativo. Que possamos sempre brincar, cantar, imaginar; com brinquedos criados ou prontos, mas que permitam a invenção ou reinvenção da realidade.

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Nosso atual Manifesto

Será que nosso Manifesto em defesa da Educação dos brasileiros é mesmo tão atual? Em1932, os pioneiros da Educação redigiram seu manifesto para reivindicar novos parâmetros e metas para a Educação Brasileira na época. E então, desde então, pouca coisa mudou. Algumas coisas melhoraram, outras pioraram muito. E novos motivos de reivindicação surgiram neste tempo todo.
Nesta semana produzimos nosso Manifesto na disciplina de Escolarização. Após a leitura daquele manifesto, que era tão utópico e buscava uma verdadeira revolução brasileira, construímos o nosso...nosso Atual Manifesto. E continuo me perguntando: será, mesmo, atual?

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Complexo de Édipo



Sábado de formação na EMEF Deputado Marcírio Gloulart Loureiro! Fomos brindados com a agradável presença deste psicólogo que tem na música, um nicho de atuação que, certamente, lhe oferece grande prazer. Alexandre Missel, compositor, nos apresentou algumas e suas canções, e entre elas, Complexo de Édipo.
Eu, que naquela semana estava em plena leitura do tema, achei muito oportuno escrever sobre a situação, a música e até sobre o que vivencio com meus filhos.

Na música, o compositor retrata de uma forma engraçada a caracterização desta fase do desenvolvimento infantil. Claro que identifiquei muitas situações que vivencio com meus filhos de 4 e 6 anos. E tendo o conhecimento sobre esta fase, estas questões que atormentam nossa vida se tornam um pouco menos estressantes, pois sabemos que serão superadas.
A passagem por esta fase que caracteriza-se pela ambiguidade da hostilidade do filho para com pai porque lhe tira o amor da mãe; ao mesmo tempo que o menino ambiciona ser como o pai, identificando-se com o mesmo, visto que este conseguiu ter o amor da mãe.

Segundo Freud, a resolução do Complexo de Édipo é responsável pela inserção da criança na realidade, pela quebra das relações simbióticas, através do reconhecimento das interdições, ou seja, pelo reconhecimento do pai na relação. Esta figura paterna, inicialmente percebida como mero obstáculo à realização dos desejos, é aos poucos introjetada.
O complexo de Édipo é estruturante da personalidade, e a dificuldade em ultrapassar esse momento e identificar-se a figura paterna pode ser a explicação de muitos comportamentos de dependência e imaturidade de indivíduos adultos. A inserção da figura paterna depende, entre outros elementos, da postura da mãe com relação ao pai.
Se você prestou atenção na letra, notou o filho pensando na mãe como "a escolhida", o pai um "mané" e o desejo do filho de fugir para uma ilha deserta com a mãe. Vejo nos meus meninos, principalmente no de 4 anos, este comportamento que, agora, está em plena presença. Mas isso vai passar...Ah, vai!

terça-feira, 3 de novembro de 2015

"E aí, vai encarar?"

Fomos surpreendidos nesta semana que passou com um vídeo que circulou na mídia.  No vídeo, uma criança de sete anos aparece vandalizando uma das sala da escola na presença de professores que o filmavam. O video circulou com grande rapidez nas redes sociais, até 13h30 de quarta-feira (28), o vídeo tinha 4.299.967 visualizações no Facebook. 
O vídeo, sua divulgação, as ações observadas, as possíveis consequências de tudo isso foram amplamente comentados e pré-julgados em diversas mídias. No programa Fantastico (rede globo, 01/11/15), a reportagem mostra o relato da mãe do menino afirmando que se trata de um bom aluno, sem queixas anteriores, somente elogios por parte da escola. A professora entrevistada explica que a atitude do garoto foi desencadeada por finalizar uma atividade em determinado espaço e necessidade de retorno a sua sala de aula. Quem filmou o ocorrido não se apresentou, tampouco quem divulgou. Não observamos no video uma tentativa efetiva de tentar acalmar este aluno, um menino pequeno que diante de diversas testemunhas poderia ter sido acalmado, acolhido, chamado a uma conversa "olho no olho". Ao contrário, ouve-se ameaças de chamar a polícia e bombeiros. Nas redes sociais os comentários são pejorativos em relação ao menino. Enfim, diversas atos inconsequentes que expuseram esta criança a uma situação, até agora, sem explicação.

A escola atual está preparada para esta situação? Podemos conter um aluno com esta reação? Que tentativas de aproximação podemos ter nestes casos? Quem se importou com a preservação da integridade da criança no seu ato de violência? E sua reputação, sua auto-estima após toda essa repercussão?
Quando assisti o vídeo e toda a polêmica resultante, imediatamente me imaginei na situação. O que eu faria, e como faria? Podemos segurar uma criança neste caso? Podemos tentar acalmar ela por meio de um abraço? Devemos esperar o retorno ao estado normal para uma conversa? Ou tentamos conversar desde o primeiro momento? 
Não somos equipados com especialistas em psicologia nas escolas para nos auxiliar nestes momentos, tampouco temos orientação prática de como devemos agir. No máximo, tentamos nos proteger de futuras acusações que possam surgir, como tentativa de agressão ou abuso. Mas em um caso assim, diante de muitos observadores, diante de uma câmera, as medidas não poderiam ter sido outras? 

Segundo informações do site Uol, a direção da Escola Municipal Paulo Freire foi afastada após a repercussão do vídeo. A Secretaria de Educação de Macaé abriu uma sindicância para investigar o caso. Em nota, a Prefeitura informou que o aluno terá acompanhamento de profissionais e assistentes sociais irão acompanhar a rotina da criança. 
"O secretário de Educação, Guto Garcia, destacou que o vídeo confirma a preservação da integridade física do aluno e que não há registros na Secretaria de Educação de problemas anteriores com o estudante", informou a prefeitura em nota.

Para os educadores do vídeo, a questão é: “Quero saber com a assistência social, com a polícia, com os bombeiros: o que a gente faz com uma criança dessa”. Muitas vezes, nas escolas, ficamos nos perguntando "o que faremos com esta criança?" 
Nossa missão de educadores está muito além da sala de aula, do conhecimento, da construção da cidadania nas nossas crianças. Mas, estamos preparados?

Fontes:
http://educacao.uol.com.br/noticias/2015/10/28/professores-filmam-aluno-quebrando-escola-especialistas-comentam.htm

http://www.correio24horas.com.br/detalhe/noticia/video-mostra-menino-de-7-anos-destruindo-sala-de-aula-no-rj-direcao-da-escola-foi-afastada/?cHash=0727ccbf75f77d4029fed207814bf84d

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Mais olhares

Hoje, feriado de Finados. 
Online, as colegas nos ambientes virtuais e nas redes sociais. No watsapp, as dúvidas, as ajudas, os desabafos. Na mente, muitas coisas, muitas ideias, muitos aprendizados. 
Neste dia, conhecido por ser um dia de saudade, de lembranças, estamos todas trabalhando pelo futuro. Nossas Maquinarias estão todas em funcionamento e nossos (Des) encantos devem ser suprimidos no momento; melhor olhar para a frente e tentar se encantar com algo. Nas infâncias, nos deparamos com os diferentes lados das moedas: as infâncias perfeitas e as infâncias erotizadas...e temos, e sabemos, as infâncias escondidas, aquelas que estão em um limbo; não são mostradas, não são desejadas. Nossas estratégias de alfabetização estão todas a postos, somos como formigas tentando arrecadar o máximo que podemos dos nossos aprendizes, tentamos construir com eles uma maneira de aprender que supere seus maiores desafios: crescer. Nossas psicologias voltadas para a observação da sexualidade e desenvolvimento afetivo das crianças, nos fazendo olhar os comportamentos com uma criticidade que, talvez, antes não possuíamos.
Estamos olhando...aquele olhar do semestre passado que era voltado para a escola, agora está ampliado. Olhamos em diferentes direções, mas olhamos a mesma coisa. Melhor ainda, olhando nessas diferentes direções, escolhemos a mesma coisa para olhar...este olhar pedagógico que estamos construindo ou aperfeiçoando! "Gosto quando olho com você o mundo, E gosto mais do mundo quando posso olhar pra ele com você." Para minhas colegas, a canção resume o sentimento. Todo este contato que estamos construindo, todas essas trocas nos engrandecem, nos empoderam, nos fortalecem. Agradeço por ter estes olhares junto aos meus!

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Dia dos Professores

     Pensando nesta data que deveria ser muito festiva. Deveria. É consenso que estes profissionais têm grande importância e impacto na estruturação da sociedade. Também é explícita sua deterioração profissional ao longo dos tempo. Dizem, tiveram grande prestígio em outros tempos. Vemos, em nossos tempos, trabalhadores que são tratados quase como sacerdotes, que possuem um "dom". Ora, neste caso, não carecem de remuneração adequada, tampouco respeito e dignidade de trabalho, já que o realizam "por amor"? 
     Saibamos, meus caros, que estamos à beira de uma revolução na educação. Onde temos a informação disponível para todos, onde todos podem se apropriar de um conceito rapidamente, num clique, instantaneamente. Em poucos minutos muitos "especialistas" podem emitir seu parecer sobre vários assuntos. Onde não obstante, temos uma geração inteira que raramente teve contatos com livros ou sequer sabem procurar um tema nos índices, nas páginas, nos sumários. E andar por uma Biblioteca...quase um momento turístico: visitando "coisas do passado". 
     Mas a questão hoje não é essa. No dia dos Professores, este saudosismo que tentamos recuperar, ao mesmo tempo queremos nos afastar. Somos professores, hoje, sob novas perspectivas. Somos abertos ao diálogo, estamos interessados nas particularidades e dificuldades específicas dos educandos. Queremos ver o sucesso e crescimento deles, não somente tê-los aprovados e progredindo pelos anos escolares. Sim, claro que desejamos melhor remuneração e valorização da educação como um todo, para o progresso da nação. 
     Mas não desistiremos de nossos objetivos por isso. Apesar disso, sobrevivemos. Sim, muitos sobrevivem...mas merecem viver muito bem, com tranquilidade para exercer suas atividades sem diversos deslocamentos por locais de trabalho, sem cargas horárias abusivas, sem escolas deterioradas, com reajuste justo de seus salários. Entre tantas coisas, os professores merecem o melhor. E não deixaremos essa chama se apagar, lutaremos para que ela permaneça constante e significativa.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

"No meu tempo..."



     Não é raro ouvirmos alguém mencionando "as crianças de hoje em dia não são como as de antigamente", ou então "no meu tempo não era assim". Quando as pessoas utilizam esses jargões se referem a diversos aspectos: respeito aos pais e professores, autonomia das crianças, atitudes inapropriadas que observamos nos dias atuais, mas também, referem-se ao poder de consumo das crianças. Este consumo que em outras épocas era menos agressivo e oferecia aos pequenos menos poder de decisão. Hoje, vemos famílias que, inclusive, têm a participação das crianças nas decisões de compra das famílias, nas opiniões sobre onde passarão as férias ou onde realizarão suas festas de aniversário. Uma verdadeira Revolução, se olharmos o comportamento passivo que tinham as crianças "de antigamente".
     Uma parcela da Infância atual, com poder econômico, atua na nova sociedade como sujeitos de alto poder de investimento e compra. São alvos fáceis da nossa mídia que bombardeia os canais te TV a cabo com produtos que podem/devem ser consumidos por elas. Essas crianças também foram empoderadas em suas famílias como sujeitos de escolha e decisão, um papel que há poucos anos não víamos nas tradicionais famílias. 
     Por outro lado, vemos a Infância com baixo poder econômico, também atuante na nova sociedade como produtos de uma geração com muitos desejos e poucas possibilidades. De um lado, crianças com muito poder e muitas “necessidades”, do outro, muito desejo e poucas chances de mudança de realidade.

     Diante de tudo isso, a Educação tenta se tornar Universal e abranger todas as camadas da sociedade, igualmente. Uma utopia, pois jamais poderemos oferecer os mesmos recursos para crianças com bases estruturais tão distintas. Algumas com contato desde tenra idade com toda sorte de estímulos intelectuais e convivência social em sua sociedade e meio. Outras, que somente saíram algumas vezes de sua comunidade e tiveram acesso restrito em muitos espaços que lhes são de direito, assim como acesso à cultura, saúde, saneamento, proteção. O modo de atuação diante dessas crianças jamais será igual.

      Precisamos trabalhar sobre a perspectiva de que a sociedade atual, assim como a escola atual tem todas ações e objetos integradores de conhecimento, juntamente com a diversidade e histórias de vida dos educandos, todos transmissores da cultura escolar. Assim, toda mudança que a Escola pós-Moderna precisa prescinde da mudança desta cultura escolar: professores com cultura crítica vivenciando e recriando a cultura na escola, “desenvolvendo de forma autônoma e crítica a futura comunidade social”. Precisamos oportunizar a vivências dos diferentes, democratizar o acesso à Educação de modo a considerar que todos tenham tido as mesmas oportunidades iniciais. Não podemos admitir tantas discrepâncias em nossa sociedade pós moderma que, ainda, busca igualdade, mas que escraviza e segrega explicitamente. Assim, poderemos mudar também as relações que ainda nos escravizam e discriminam, em diversos aspectos.