Vou relatar
uma experiência feliz, que originou muito prazer desde seu planejamento,
execução e resultados finais. Trata-se do projeto “Vida não é Brinquedo” que
desenvolvi em parceria com uma colega na E.M.E.F. Deputado Marcírio Goulart
Loureiro. O projeto foi desenvolvido em conjunto nas disciplinas de Ciências e
Português com alunos de segundo ano do terceiro ciclo (oitavo ano). Neste
ano-ciclo a temática é a fisiologia do corpo humano e para tratar as questões
de prevenção da gravidez precoce e métodos contraceptivos elaboramos o projeto
que visava oferecer aos alunos ferramentas para valorizar a vida, estimulando a
autoestima, autonomia individual e responsabilidade. Propusemos então a dinâmica
de convivência com um ovo: cada dupla de alunos simulou um casal, cuidando do
ovo como se fosse um filho, carregando para todas as atividades dentro e fora
da escola, durante 03 dias.
A atividade
teve sua culminância em um sábado letivo onde os alunos relataram sua
experiência e participaram de uma oficina sobre reprodução, sexualidade e
prevenção contra doenças sexualmente transmissíveis. A vivência com o ovo
proporcionou a discussão sobre a responsabilidade de ser pai/mãe, bem como
puderam experimentar os problemas que a presença de um “filho” originaria para
eles nesta fase da vida. Os pares de alunos também foram encarregados de
relatar suas experiências com os “filhos”, bem como suprir necessidades básicas
ao mesmo (recipiente para proteção-berço, adereços-roupa, cuidados constantes-
permanência, inclusive, em sala de aula).
Bercinhos e cestinhas para transportar os "bebês". |
Eu e os "bebês"...detalhe que eu também estava grávida (Maio de 2011). |
Detalhe de um dos "filhos". |
Discutir a
temática da gravidez na adolescência, suas consequências e traumas causados
pela gravidez indesejada foi o foco principal deste projeto, buscando questões
de dúvidas entre os alunos participantes, bem como simular uma situação de
responsabilidade da maternidade/paternidade precoce. A satisfação dos alunos
era notória, tanto que muitos preferiram levar seu “filho” para casa de
recordação. Também participaram ativamente da oficina de prevenção às DSTs e
gravidez precoce. Nos sentimos felizes com a experiência, que demonstrou a
necessidade de abordagem direta do assunto de modo acessível aos jovens, sem
distanciamentos conceituais ou somente teorias, mas com um diálogo franco e
aberto sobre suas dúvidas e angústias.Foi uma experiência alegre para todos!
Referência:
CARVALHO,
Roberto Muniz Barreto. Georges Snyders: em
busca da alegria na escola. PERSPECTIVA.Florianópolis,v.17,n.32.,p.151-170. jul./dez.1999.
Nenhum comentário:
Postar um comentário