Propus uma reflexão com uma turma de sexto ano do ensino fundamental com a temática "Como sou hoje, como serei amanhã" com o objetivo de abordar não somente as características físicas e como se caracterizam, mas também destacar questões comportamentais, sociais e alterações físicas que observam em sua puberdade. Também com o intuito de destacar a questão dos projetos pessoais futuros. Os alunos receberam folhas em branco e após explicação da atividade fizeram representações suas atuais e como imaginavam seus corpos/ suas vidas no futuro. A atividade demonstrou, primeiramente, uma dificuldade dos alunos em projetar/ imaginar o seu próprio futuro, questionando-me com frequência “como posso saber o que vou ser no futuro? ” Esse questionamento me angustiou pelo fato de não projetarem seus futuros, uma ausência de projetos de vida. Assim, debati bastante com a turma sobre desejos, atitudes que nos ajudam a alcançar os objetivos e a importância de ter projetos de vida que guiem nossos desejos e metas para o futuro. Após essa barreira inicial, demonstraram dificuldade em retratar suas próprias características, pois muitos não se sentem satisfeitos com o próprio corpo. Debatemos sobre as transformações que o corpo sofre na puberdade e que eles observassem as mudanças que já apresentam (comparativamente aos anos anteriores). Com a reflexão pessoal, fizeram suas caracterizações atuais e imaginaram outras transformações físicas que sofrerão, mas também mudanças nos aspectos sociais e econômicos que almejam. Em relação às questões de etnia, uma aluna relatou que “vou deixar o corpo em branco porque não tem a minha cor para pintar”. A mesma aluna relatou que “não gosta de seu cabelo” e o retratou diferentemente do que se apresenta.
Outra aluna relatou que “gosto do meu cabelo cacheado” e quer ele maior no futuro. Ao pintar a pele do seu desenho, solicitou o lápis “cor de pele” caracterizando sua pele como rosada. Uma terceira aluna também buscou o lápis “cor de pele”, mas selecionou o lápis marrom. Não pintou sua imagem de “futuro” por falta de tempo para concluir a atividade. Os meninos não relataram alterações físicas tanto quanto as meninas, mas enfatizam suas mudanças em relação a questão econômica (ter dinheiro, ser rico).
Alguns alunos não manifestaram nenhuma caracterização em relação às suas características étnicoraciais. Esta imparcialidade pode significar que este debate precisa ser mais presente entre os alunos, mas também pode ser interpretado como uma negação a essas questões, diminuindo sua importância e relevância em toda sua construção histórica e social.
Os alunos demonstraram gostar da atividade, embora tenha gerado um desconforto inicial que foi acalmado após o debate. Quis realizar a atividade sob o enfoque das transformações biológicas e projeções que fazem para o futuro, mas inevitavelmente as questões étnicas surgiriam
(intencionalmente). Acredito que um desdobramento possível desta atividade seja aprofundar o debate sobre a cor da pele (seu significado biológico e as questões sociais que permeiam este tema), a importância de pensar no futuro (gerando esperança e planejamento nestes jovens) e elucidar sobre as transformações das fases da infância, puberdade e vida adulta.
Referência:
BRASIL, Lei LDB. Orientações e ações para a educação das relações étnico-raciais. MEC/Secretaria da Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade–Brasília, 2006.
Outra aluna relatou que “gosto do meu cabelo cacheado” e quer ele maior no futuro. Ao pintar a pele do seu desenho, solicitou o lápis “cor de pele” caracterizando sua pele como rosada. Uma terceira aluna também buscou o lápis “cor de pele”, mas selecionou o lápis marrom. Não pintou sua imagem de “futuro” por falta de tempo para concluir a atividade. Os meninos não relataram alterações físicas tanto quanto as meninas, mas enfatizam suas mudanças em relação a questão econômica (ter dinheiro, ser rico).
Alguns alunos não manifestaram nenhuma caracterização em relação às suas características étnicoraciais. Esta imparcialidade pode significar que este debate precisa ser mais presente entre os alunos, mas também pode ser interpretado como uma negação a essas questões, diminuindo sua importância e relevância em toda sua construção histórica e social.
Os alunos demonstraram gostar da atividade, embora tenha gerado um desconforto inicial que foi acalmado após o debate. Quis realizar a atividade sob o enfoque das transformações biológicas e projeções que fazem para o futuro, mas inevitavelmente as questões étnicas surgiriam
(intencionalmente). Acredito que um desdobramento possível desta atividade seja aprofundar o debate sobre a cor da pele (seu significado biológico e as questões sociais que permeiam este tema), a importância de pensar no futuro (gerando esperança e planejamento nestes jovens) e elucidar sobre as transformações das fases da infância, puberdade e vida adulta.
Referência:
BRASIL, Lei LDB. Orientações e ações para a educação das relações étnico-raciais. MEC/Secretaria da Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade–Brasília, 2006.
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