Na experiência do
estágio didático, no qual leciono no turno da noite em uma turma de
Jovens e Adultos (EJA), deparei-me com situações bastante diversas
daquelas que vivencio nas turmas regulares em que atuo no turno da
tarde. O primeiro choque foi quando me vi em uma turma reduzida, mas
não por isso, desinteressada. Bastante participativos e atuantes no
âmbito de querer seu desenvolvimento e aprendizado, buscando
naquelas aulas noturnas uma nova perspectiva ou uma saída para um
ciclo que não mais desejam em suas vidas: do fracasso. No texto de
hoje mencionarei três alunos: Uma de idade avançada e outros dois
adolescentes. Na idade avançada (55 anos), a experiência de vida a
traz para a escola em busca de oportunidades que “deixou escapar”
ou que “não teve”, lhe foram “tiradas”. Na idade
adolescente, a perspectiva é de que sua presença naquela turma é a
consequência de atrasos que poderiam, sim, ter sido evitados fossem
outros comportamentos, situações ou encaminhamentos dados àqueles
jovens.
Nessa diversidade, retorno ao texto em que discutia a situação e caracterização da EJA no Brasil (JOVENS E ADULTOS EM SALA DE AULA). A prática da EJA é, de fato, um modo diferente de atuar, de olhar e de pensar o aprendizado e os próprios alunos. Devemos considerar essa particularidade no processo de ensino, bem como saber avaliar a aprendizagem dos alunos.
É heterogêneo o modo de pensar nessas práticas e focar em objetivos comuns, mas mesmo que estejam ali por trajetórias diferentes, têm metas finais claras e que não esmorecem. Embora o desânimo tome conta, e relatam isso, acreditam que estão onde deveriam estar, fazendo o que deveriam fazer, para seguir em frente e deixar a posição da inércia. “O adulto está inserido no mundo do trabalho e das relações interpessoais de um modo diferente daquele da criança e do adolescente. Traz consigo uma história mais longa (e provavelmente mais complexa) de experiências, conhecimentos acumulados e reflexões sobre o mundo externo, sobre si mesmo e sobre as outras pessoas. Com relação a inserção em situações de aprendizagem, essas peculiaridades da etapa de vida em que se encontra o adulto fazem com que ele traga consigo diferentes habilidades e dificuldades (em comparação com a criança) e, provavelmente, maior capacidade de reflexão sobre o conhecimento e sobre seus próprios processos de aprendizagem” (OLIVEIRA, 1999). Os jovens que venho convivendo apresentam um olhar mais otimista, mas também trazem consigo uma aura de “cansaço”, ou pela situação ou pela sensação de tempo perdido que já mencionam sentir. “Como o adulto anteriormente descrito, ele é também um excluído da escola, porém geralmente incorporado aos cursos supletivos em fases mais adiantadas da escolaridade, com maiores chances, portanto, de concluir o ensino fundamental ou mesmo o ensino médio. É bem mais ligado ao mundo urbano, envolvido em atividades de trabalho e lazer mais relacionadas com a sociedade letrada, escolarizada e urbana (OLIVEIRA, 1999).
É importante nestes
sentimentos, encontrar pontos de acordo para que as aulas sejam
voltadas para a aprendizagem deles, em qualquer faixa do
desenvolvimento em que se encontrem. Que suas dificuldades sociais,
culturais ou biológicas não sejam impedimento neste processo que se
direciona para este público. A EJA é um momento oferecido para a
educação, é uma oportunidade, um resgate e uma obrigação para
com estes cidadãos.Nessa diversidade, retorno ao texto em que discutia a situação e caracterização da EJA no Brasil (JOVENS E ADULTOS EM SALA DE AULA). A prática da EJA é, de fato, um modo diferente de atuar, de olhar e de pensar o aprendizado e os próprios alunos. Devemos considerar essa particularidade no processo de ensino, bem como saber avaliar a aprendizagem dos alunos.
É heterogêneo o modo de pensar nessas práticas e focar em objetivos comuns, mas mesmo que estejam ali por trajetórias diferentes, têm metas finais claras e que não esmorecem. Embora o desânimo tome conta, e relatam isso, acreditam que estão onde deveriam estar, fazendo o que deveriam fazer, para seguir em frente e deixar a posição da inércia. “O adulto está inserido no mundo do trabalho e das relações interpessoais de um modo diferente daquele da criança e do adolescente. Traz consigo uma história mais longa (e provavelmente mais complexa) de experiências, conhecimentos acumulados e reflexões sobre o mundo externo, sobre si mesmo e sobre as outras pessoas. Com relação a inserção em situações de aprendizagem, essas peculiaridades da etapa de vida em que se encontra o adulto fazem com que ele traga consigo diferentes habilidades e dificuldades (em comparação com a criança) e, provavelmente, maior capacidade de reflexão sobre o conhecimento e sobre seus próprios processos de aprendizagem” (OLIVEIRA, 1999). Os jovens que venho convivendo apresentam um olhar mais otimista, mas também trazem consigo uma aura de “cansaço”, ou pela situação ou pela sensação de tempo perdido que já mencionam sentir. “Como o adulto anteriormente descrito, ele é também um excluído da escola, porém geralmente incorporado aos cursos supletivos em fases mais adiantadas da escolaridade, com maiores chances, portanto, de concluir o ensino fundamental ou mesmo o ensino médio. É bem mais ligado ao mundo urbano, envolvido em atividades de trabalho e lazer mais relacionadas com a sociedade letrada, escolarizada e urbana (OLIVEIRA, 1999).
REFERÊNCIA:
Arquivo
IN: REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO SetOut/Nov/Dez 1999 n.º 12. Trabalho apresentado na XXII Reunião Anual da ANPEd, Caxambu, setembro de 1999.
Sim Maria! A EJA e seus alunos. A Escola, suas ações, seus sucesso e seus fracassos. Que bom termos alunas como tu que se desafiaram e conseguiram estagiar na EJA. Conseguistes compreender a dinâmica e estás deixando o recado para ser lido aqui. É importante mesmo investir, estudar, refletir e agir para que a oferta da escola cumpra seu papel. Não é impossível trabalhar com a diversidade de experiência de vida, idade e interesses. Bom ler que os jovens tem otimismo e esperança. Segue escrevendo. Estou por aqui, as vezes espiando as postagens de vocês. Abraço, Betynha. (Tutora PEAD2/UFRGS - Seminário Integrador Eixo VIII).
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