A gestão atual da Prefeitura de Porto Alegre tenta, de muitas maneiras, desestruturar a organização da Rede Municipal de Ensino. Esta rede construída e pensada, que ja foi considerada uma das melhores do país, hoje sofre com constantes ameaças e desmontes, trazendo angústia para os servidores, para a comunidade, para a Educação.
Hoje escrevo de um lugar que observa, dia a dia, as mudanças que a educação de jovens e adultos (EJA) pode sofrer: de dentro da sala de aula. No estágio pedagógico, atuo em uma turma de EJA, totalidade 3. Mas nas noites de quinta-feira, as turmas das totalidades 1 e 2 são unidas com a turma em que atuo. Assim, fico com as três turmas, lidando com os diferentes níveis de aprendizagem que são, nestes alunos, muito discrepantes. Além disso, temos um público com alguns casos de deficiências, o que requereria um pouco mais de atenção a estes alunos para atender suas necessidades.
E, justamente neste momento, muitas escolas sentem que podem ter redução de turmas, redução de professores, e um detrimento do trabalho pedagógico que é feito com estes alunos que já apresentam tantas especificidades sociais e educacionais.
Nesta semana de rematrículas nas escolas municipais, nossa expectativa por ter conosco nossos alunos, garantir-lhes este serviço tão importante com qualidade e proximidade de suas casas, demarcam um tempo que não gostaríamos de viver: o da incerteza.
Estamos mobilizados e preocupados. Estamos inseguros e esperançosos. Estamos com os olhos no desenvolvimento dos alunos e no desmonte de nossas condições de trabalho. Enfim, atualmente, ser servidor municipal, professor, lá na sala de aula, é ter os pensamentos tomados pela constante dualidade e incerteza. Neste aprendizado do estagio, vivencio o que é trabalhar com esta modalidade de ensino. Teoria e prática, estudos e experiências passadas anteriormente, se mostram nessa prática em muitos aspectos (https://mariadalpiva.blogspot.com/2018/05/0705-jovens-e-adultos-em-sala-de-aula.html, https://mariadalpiva.blogspot.com/2018/04/0204-revisitando-o-passado.html, https://mariadalpiva.blogspot.com/2017/11/um-fenomeno.html, https://mariadalpiva.blogspot.com/2017/07/finalizando-o-semestre.html).
O que eu não esperava e lamento, é nesta vivência, provar a preocupação que os professores da EJA vivem. E, mais importante, temer pelo futuro desses alunos, que já carrego comigo com afeto e pensamentos desejosos de um futuro melhor.
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