segunda-feira, 15 de outubro de 2018

15/10 DIA DOS PROFESSORES



Nesta data querida quero desejar muitas felicidades e muitos anos de vida aos profissionais que atuam na Educação. Quase uma profissão de risco, atualmente, pelas questões morais que desafiam nossa saúde mental, mas também pelas questões financeiras. Ser professora neste país requer talento, vontade e crença na possibilidade de mudar o futuro. Para ser professora não precisa dom, não precisa vocação. Definitivamente, não se trata de um sacerdócio. Precisa ter cérebro. E com este cérebro, ter vontade de aprender, para assim, poder ensinar. E ter vontade, todos os dias, de se reconstruir, de se reinventar.

E já atuante em Educação, continuo estudando sobre Educação. E sigo me questionando e me abalando com as questões que cercam nossa prática. Como nossa formação segue estanque em um mundo que mudou demais para seguirmos do jeito que sempre foi? Em como não estamos tão dispostos assim a rever e ousar em métodos educacionais e formação de professores que sejam condizentes com os humanos que temos hoje em sala de aula, com muitas outras questões além do currículo que precisamos abordar.

"...em nosso tempo pouco se tem feito para qualificar o professor à altura da complexidade que nos cerca. Há quatro décadas, Anísio expressou sua sincera inquietação. No entanto, temos que dar nossas mãos à palmatória da sua crítica mais veemente, e repetir: “ainda não fizemos em educação o que deveria ser feito para preparar o homem para a época a que foi arrastado...”; “na educação comum do homem comum os progressos são os mais modestos” (SILVA 2018).

Ainda estamos presas, em um curso de graduação, ao preenchimento de planejamentos detalhados que nortearão nossa prática mais do que estabelecida. 
Ainda estamos presas aos domínios da classe dominante. 
Ainda estamos sujeitos aos mandos e desmandos de pessoas que pouco entendem de Educação. Ainda estamos carentes de tantos recursos, desde recursos básicos até os mais urgentes e tecnológicos. 
Ainda somos chamadas de doutrinadoras, contraventoras.
Sim, pouco temos para comemorar. Temos mais a chorar. E o futuro não está sendo muito gentil com nossa profissão, parecendo que estamos à beira de um colapso e geração de uma desigualdade maior ainda do que a que já vivemos.
E, finalmente, hoje não deveria ser o Dia dos Professores. Hoje é o DIA DAS PROFESSORAS. Somos maioria. E isso, deveria ser importante, sim!


Referência

SILVA, Marco. De Anísio Teixeira à cibercultura: desafios para a formação de professores ontem, hoje e amanhã. Boletim Técnico do Senac, v. 29, n. 3, p. 30-41, 2018.


Um comentário:

  1. Nossa Maria! Sim! Dia das professoras! Somos maioria e não devemos deixar a "Peteca cair"! Importante as ponderações que fazes aqui para nós. As vezes, como alunas, não percebemos as intenções de nossas professoras Universitárias. O que mesmo querem nos ensinar? No que querem que a gente melhore? Elas também aprenderam uma metodologia e acreditam que nos propondo que façamos tais planejamentos e detalhamentos estaremos aprimorando algo. Será? Acho que é por aí que devemos considerar esse procedimento de nossas professoras. E para a Conclusão do Curso vamos levando, não é? Entendo completamente e compreendo que estás fazendo a tua parte. Registrando. Aqui é o canal que temos para nos colocar. E eu como Tutora acompanho vocês por aqui. Vou marcar lá na Tabela essa postagem como uma Postagem do Tipo Interpretativa. Ok? Segue escrevendo que vamos vencer o semestre, o eixo e essa fase. Abraço, Betynha (Tutora do PEAD2/UFRGS - VIII Eixo - Seminário Integrador).

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