terça-feira, 30 de maio de 2017

ESSE NOSSO JEITO ADULTO DE VIVER

Hoje assistimos aos trabalhos em grupo da disciplina "PSICOLOGIA DA VIDA ADULTA". Em temas de livre escolha os grupos desenvolveram os trabalhos e pesquisas. Nas apresentações, muita informação e ótimos trabalhos.
A cada trabalho apresentado nos identificávamos nas questões debatidas. A cada problemática, um pensamento de "essa sou eu" ou "eu sou assim". Foi, muitas vezes, como se olhar no espelho.

Ao tratarmos desses assuntos percebemos que precisamos tanto de suporte psicológico! Seria inerente à nossa profissão ou relativo à vida adulta toda essa necessidade? Somos psicopatas, ansiosos, depressivos e transtornados certamente, pois os sintomas "se encaixam" com as personalidades!
Quanto decaímos em qualidade de vida até que tenhamos,  coragem, disponibilidade e disposição para dedicar um tempo para nós, nossa mente, nosso psicológico? Quanto teremos de nos ver em situações limítrofes até que recorramos à busca de auxílio profissional?
Tão importante quanto nossa qualificação profissional permanente, é também nossa necessidade de orientação psicológica para lidarmos com as dificuldades que se apresentam pela profissão: estresse, depressão, ansiedade. O desgaste físico e emocional acumuladas no trabalho apresentam-se em sentimentos depressivos e em fadiga crônica, compondo um estado anímico denominado Síndrome do Esgotamento Profissional (SANTINI &NETO, 2005).
Nossa saúde, nossa vida, nossa mente: interligados constituem nosso TODO. Quando estamos em fragmentos, separados esses setores, estamos doentes.
Foi uma noite, uma aula, de muitos aprendizados e identificação. Ou somos muito sugestionáveis  ou estamos (MESMO) precisando de ajuda.


REFERÊNCIA:
SANTINI, Joarez; NETO, Vicente Molina. A síndrome do esgotamento profissional em professores de educação física: um estudo na rede municipal de ensino de Porto Alegre. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, v. 19, n. 3, p. 209-222, 2005.

quinta-feira, 25 de maio de 2017

DIREITOS ANIMAIS

Muito satisfeita de ter observado o desenvolvimento de um trabalho na escola e ter podido complementar este trabalho através da discussão, reflexão e complementação do trabalho. Nesta semana a escola recebeu a visita da SEDA (Secretaria Especial de Direitos Animais) que realiza um trabalho de conscientização frente aos direitos dos animais, adoção responsável, castração e tratamento de animais, resgate de animais perdidos e recolocação de animais abandonados em novos lares. 



















Entre todas essas informações e sua importância para o bem estar animal, saúde pública e qualidade de vida da cidade, os alunos também tiveram contato com estórias de casos de resgate de cães e quais os direcionamentos que foram dados para os casos.

Na palestra, a atenção e comoção com os casos era notória e foram, de fato, bastante marcantes para os alunos.
O trabalho que fizemos após consistia em reescrever a história de cães abandonados/ feridos (por livre criação dos alunos) e também construir um mapa conceitual com as principais informações trabalhadas.

Satisfatório ver o impacto que essas histórias causam desconforto e revolta, que o lado humano fala alto quando vemos um ser indefeso em situação de risco.
Enfim, um dia de construir conhecimento de vida, de experiências e de crescimento para nossos alunos


 

terça-feira, 23 de maio de 2017

PROFESSORES DOENTES

Não são raras as vezes que encontramos colegas de profissão doentes. Doenças que causam dor física ou psicológica, acometendo nossa qualidade de vida e nosso rendimento profissional. 
Não temos, em nossa profissão,um suporte para as doenças relacionadas com os transtornos de ansiedade, depressão,pânico ou outros sintomas de quem lida com dificuldades de relacionamentos constantes. Encontramos em nossas rotinas a alegria do aprendizado, mas também temos muitas frustrações e dores ao ter choques de realidade com os problemas dos alunos. Indisciplina, enfrentamento, alunos desafiadores e opositores estão entre os maiores geradores de estresse nos professores. Também podemos citar a elevada carga de trabalho e a falta de cuidados com a própria saúde. Além do trabalho exaustivo nas escolas, muitas vezes prosseguimos com a carga de trabalho em casa ao corrigir provas e elaborar aulas. Como a maioria são mulheres, some a tudo isso ainda a sobrecarga do trabalho doméstico que realizamos, além do trabalho nas escolas.
A sobrecarga de trabalho caracteriza-se por jornada intensa e exigência de realizar várias atividades simultaneamente: dar aula, corrigir provas, preencher caderneta, planejar, entre outras, além do trabalho levado para casa. O acúmulo dessas responsabilidades torna-se vivência de fadiga física e mental que ameaça a saúde dos professores. Diante das pressões existentes na organização do trabalho, os professores podem apresentar um conjunto de sentimentos que envolvem angústia, desgosto, raiva, desesperança, desmotivação, cansaço e estresse. A presença desses sentimentos dá lugar à vivência do sofrimento psíquico na atividade docente. Transtornos mentais comuns, duradouros ou transitórios, podem afastar o professor de suas atividades (PORTO et al, 2006).
Perante a sociedade os professores são vistos quase como "sacerdotes" possuidores de um "dom". Isso faz com que o trabalho e sua remuneração sejam diminuídos ou subestimados. Nossa postura profissional fica, muitas vezes, contida sob um espectro de profissão benevolente e caridosa. Reajustes salariais sempre são negociados sob forte pressão e as ameaças (estado atual) de parcelamento ou atraso de salário ressaltam a situação estressante da profissão.
Temos formação para exercer nossa profissão: somos profissionais exercendo seu trabalho. Nossas dores surgem pela natureza da atividade (muito mais evidenciadas nos tempos atuais). Não temos o "dom", temos muito planejamento e discussões de métodos para construir o conhecimento com os alunos.
Que nossas dores não sejam ignoradas. principalmente por nós mesmos.

REFERÊNCIA:
PORTO LA, Carvalho FM, Oliveira NF, Silvany Neto MA, Araújo TM, Reis EJFB. Associação entre distúrbios psíquicos e aspectos psicossociais do trabalho de professores. Rev Saude Publica. 2006;40(5):818-26. DOI:10.1590/S0034-89102006005000001

"Para não morrermos de realidade"


Nesta frase, vista no cartaz de uma exposição de quadros, lembrei do vídeo de Zygmunt Bauman sobre o "Mundo Líquido". Ali, expressa nossa realidade de século XXI de uma maneira em que enxergamos as coisas com uma fluidez que nos parece que escorrem pelas mãos. O sociólogo compara seu ponto de vista do século XX com o atual e diz que em sua juventude cheia de expectativas e esperança, vê agora um estado de "interregno" (seu termo) onde não somos uma coisa nem outra. Neste estado aprendemos a lidar com os desafios da realidade de um outro modo, os modos que conhecíamos não funcionam mais. As políticas,os relacionamentos e as organizações não funcionam mais como antes. Estamos focados em reagir às crises, mas as crises atuais também estão mudando, também são "líquidas" ou volúveis, rapidamente são substituídas por outras e apagadas da memória em um estado de desordem e incapacidade de lidar com os novos desafios.

Temos muita informação e pouca sabedoria. Nessa frenética busca por soluções, não temos tempo de elaborar conhecimentos de fragmentos vindos de todas as partes. Somos mosaicos de informações e não nos aprofundamos nas questões. Sem sabedoria, não saberemos como prosseguir!
Na sociedade pós industrial do consumismo, deixamos para trás a sociedade industrial e agora priorizamos o imediatismo, o individualismo e a felicidade através do consumo. 
E no momento mais chocante de sua fala cita um ditado chinês: "Se planeja por um ano, semeie milho. Se planeja para dez anos, plante uma árvore. Se planeja para cem anos, eduque pessoas". Assim fala sobre o momento atual da Educação tradicional e de como estamos nos esquecendo disso. Educação e imediatismo são contraditórios e o segundo impede o desenvolvimento de uma educação de qualidade. E vai além disso, fala sobre nossa incapacidade atual de ter um pensamento linear,que construa o conhecimento baseado em informações sólidas e agrupadas. O que temos hoje  é um aglomerado de peças desencaixadas e separadas, sem lógica. 
Bauman morreu em 9 de janeiro de 2017 e tinha preocupação de quantas vítimas teríamos até que encontrássemos uma solução para essa nossa realidade. Até que solucionemos nossa crise e percebamos que nossa História pode ser contada de outra maneira, com prioridades que nos façam evoluir como Humanidade e como Sociedade.
Nesta perspectiva, "não morrer de realidade" seria minha esperança atual. Concordando com alguns pontos do sociólogo, discordando em outros, tenho esperança e tento solidificar essa liquidez. Tempos difíceis para tentar "construir", partindo do pressuposto de que construções são sólidas. Mas também tempos favoráveis à reflexão, onde a mudança constante e rápida permite olhar a História recente e acertar os rumos para decisões do futuro.

segunda-feira, 8 de maio de 2017

MUDANDO DE RUMOS

Na disciplina de Projeto Pedagógico em Ação temos a missão de trabalhar através de projetos com nossos alunos, construindo, coletivamente, um espaço de trocas e construção em grupo, um blog. Neste blog o grupo registra as atividades e constrói/ desenvolve um projeto de aprendizagem ou um projeto de ensino. Claro, que na disciplina os conceito dos dois tipos de projetos sãos  discutidos e temos a oportunidade de pensa e repensar que tipo de trabalho vamos desenvolver.
A questão toda que me aflige é que eu já mudei de ideia, pelo menos, três vezes! Preciso definir esta situação, pois as atividades são referentes à construção do projeto. E se eu ficar alterando o projeto eu vou acabar não construindo nada.
Na semana passada postei no blog do projeto que trabalharia através de um projeto de aprendizagem. Hoje já tive uma nova ideia de realizar um projeto de ensino. Na verdade, o projeto de ensino era o meu objetivo inicial, por imaginar que conseguiria assim concomitar o projeto e os conteúdos da disciplina com mais harmonia. Também havia uma preocupação inicial de não alterar o planejamento que a disciplina segue, contemplando os conteúdos do ano. Agora quero realizar logo, antes que eu mude novamente os rumos do projeto!
Pensar em um projeto, seja de aprendizagem ou de ensino, requer pensar no perfil da turma, nos recursos disponíveis, nos interesses que o grupo demonstra e no nosso modo de trabalho para realizar tal tarefa.
Quero aproveitar ao máximo a oportunidade de crescimento com a Disciplina, mas também quero que este projeto seja muito proveitoso para os alunos. Eles merecem!


PARA GAROTAS E GAROTOS!

Despretensiosamente este livro veio alegrar meu Domingo.

Se suas histórias são escritas da melhor ou pior forma, não me importam no momento. O que mais agrada ao ler suas "Histórias" é ver, entre histórias famosas e reconhecidas, algumas que nunca escutei, ou talvez nunca escutasse. Mulheres/ meninas/garotas que fizeram seus feitos através de muitas lutas e venceram as barreiras que só as mulheres conhecem: "mas você é menina".
Os discursos se reproduzem e ditam para nossas meninas o que elas "podem" e o que "não podem". Escolhem, na gama de possibilidades da vida, os caminhos que lhes "servem", ou melhor se adequam para elas. Ignoram que, mesmo gostando de bonecas, panelinhas, cor-de-rosa e lilás, podem também gostar de carrinhos, ferramentas, dinossauros e azul. E podem gostar e fazer o que bem lhes convier, sem limitações.
Ouço e vejo as meninas presas aos estereótipos que a sociedade dita, aos "padrões corretos" que classificam as atividades, atitudes e possibilidades para as meninas. Entre as meninas que convivo, minhas alunas, poucas mencionam em romper com ciclos que já vêm se repetindo em suas famílias. Não imaginam ultrapassar os limites impostos por padrões familiares e sociais e viver sob suas próprias regras ou escolhas. Como se vivessem em uma bolha que as obriga a manter os mesmos padrões que já conhecem. Quando conheci o livro logo lembrei delas. E de suas mães. E de minhas familiares, minhas amigas, minha filha...e de mim! Como essas histórias, simplificadas e focadas em motivar as mulheres, poderiam demonstrar o poder feminino; rompem estereótipos e preconceitos, ultrapassam os limites que pensavam que tinham e conquistam feitos que jamais imaginavam. E feitos que a sociedade (atual ou das diferentes épocas dessas mulheres) também não imaginava.
Talvez ao ler este livro a sensação seja de "nem foi tão difícil assim para elas". Mas não esqueçamos que só elas souberam os desafios e dificuldades que enfrentaram, e que foram, muitas vezes, menosprezadas.
São sim, estórias inspiradoras que nossas meninas/garotas/mulheres devem conhecer e "lembrarmos todos os dias que temos o direito de sermos felizes e livres", como as autoras prefaciam.