sábado, 9 de dezembro de 2017

COMO ESTRELAS NA TERRA

Para sustentar nossa reflexão semestral, estudamos o filme “Como estrelas na terra” https://www.youtube.com/watch?v=6rxSS46Fwk4 (produção indiana de 2007, dirigida por Aamir Khan).
Em uma perspectiva distante de nossa realidade, demonstrando o cotidiano escolar em escolas indianas e todo um contexto cultural bastante diferente, identificamos situações comuns com nossa realidade.
 Em verdade, com nosso cotidiano escolar, com episódios que já convivemos, ou que ouvimos falar de próximos, ou que conhecemos somente sob um olhar de diagnóstico.  No filme, o protagonista Ishaan demonstra suas dificuldades ao enfrentar o processo de escolarização. Uso a palavra “enfrentar” porque até a metade do filme a escola lhe parece um imenso desafio, sua aprendizagem não segue os “padrões” que os outros alunos apresentam ou os padrões “desejados” pela escola e pela sociedade. O filme retrata a historia de um menino disléxico e suas dificuldades de aprendizagem frente a um sistema educacional que não considerava sua peculiaridade e o rotulava como preguiçoso, incapaz de aprender, teimoso e tantos outros estigmas que lhe foram impostos.
No filme, o desfecho foi muito feliz para o menino, que com seu diagnostico constatado inicia um processo diferenciado de aprendizagem, que acolha suas especificidades e permita o desenvolvimento de seus potenciais.
Dislexia não é considerada uma deficiência, mas o aluno com este distúrbio recebe um atendimento que proporcione sua inclusão. Esta inclusão dá-se no sentido de proporcionar que este tenha algumas estratégias pedagógicas para que seu desenvolvimento seja pleno com os outros alunos.
Alguns pontos de atenção ao educador são necessários para o aprendizado da criança disléxica na sala de aula. Assim, deverá:
·      manter-se informado acerca dos problemas encontrados pela criança disléxica nas diferentes áreas do ensino básico
·      reconhecer que um ensino por objetivos voltado para as competências e utilizando uma metodologia multissensorial pode ser de grande utilidade
·      reconhecer a frustração sentida pelo aluno disléxico
·      reconhecer que o desempenho de um disléxico pode estar muito aquém do seu potencial
·      reconhecer possíveis problemas de comportamento/auto estima
·      demonstrar simpatia, atenção e compreensão
·      construir uma boa relação professor-aluno
·      lembrar-se que esta criança aprende de uma forma diferente, mas que é capaz de aprender
·      acompanhar de perto o aluno que lê bem, e que participa oralmente mas que revela grandes lacunas no que diz respeito à parte escrita
·       fazer com que as outras crianças compreendam a natureza da dislexia, para não troçarem nem assediaram a sua colega disléxica
·      encorajar ativamente a criança, realçando capacidades e talentos
Nossas aprendizagens ocorrem lá no nosso ambiente de trabalho, de fato. Quando identificamos as situações e relacionamos com as teorias e exemplos, com as reflexões e estudos, com os nossos questionamentos e planejamentos. Todos os dias temos novos desafios.
O filme, sem dúvida, retrata um caso bastante clássico. Uma ficção com um final muito feliz. Quem dera, na vida real tivéssemos sempre estes finais felizes.
REFERÊNCIA:
COGAN, Pauline; REM, Dip. O que os Professores podem fazer. O Choque Linguístico–, p. 58, dyslexia-international.org. 2002.

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