Para sustentar nossa reflexão semestral,
estudamos o filme “Como estrelas na terra” https://www.youtube.com/watch?v=6rxSS46Fwk4 (produção
indiana de 2007, dirigida por Aamir Khan).
Em uma perspectiva distante de nossa
realidade, demonstrando o cotidiano escolar em escolas indianas e todo um
contexto cultural bastante diferente, identificamos situações comuns com nossa
realidade.
Em
verdade, com nosso cotidiano escolar, com episódios que já convivemos, ou que
ouvimos falar de próximos, ou que conhecemos somente sob um olhar de
diagnóstico. No filme, o protagonista Ishaan
demonstra suas dificuldades ao enfrentar o processo de escolarização. Uso a
palavra “enfrentar” porque até a metade do filme a escola lhe parece um imenso
desafio, sua aprendizagem não segue os “padrões” que os outros alunos
apresentam ou os padrões “desejados” pela escola e pela sociedade. O filme
retrata a historia de um menino disléxico e suas dificuldades de aprendizagem
frente a um sistema educacional que não considerava sua peculiaridade e o
rotulava como preguiçoso, incapaz de aprender, teimoso e tantos outros estigmas
que lhe foram impostos.
No filme, o desfecho foi muito feliz para o
menino, que com seu diagnostico constatado inicia um processo diferenciado de
aprendizagem, que acolha suas especificidades e permita o desenvolvimento de
seus potenciais.
Dislexia não é considerada uma deficiência, mas o aluno com
este distúrbio recebe um atendimento que proporcione sua inclusão. Esta inclusão
dá-se no sentido de proporcionar que este tenha algumas estratégias pedagógicas
para que seu desenvolvimento seja pleno com os outros alunos.
Alguns pontos de atenção ao educador são necessários
para o aprendizado da criança disléxica na sala de aula. Assim, deverá:
·
manter-se
informado acerca dos problemas encontrados pela criança disléxica nas
diferentes áreas do ensino básico
·
reconhecer
que um ensino por objetivos voltado para as competências e utilizando uma metodologia
multissensorial pode ser de grande utilidade
·
reconhecer
a frustração sentida pelo aluno disléxico
·
reconhecer
que o desempenho de um disléxico pode estar muito aquém do seu potencial
·
reconhecer
possíveis problemas de comportamento/auto estima
·
demonstrar
simpatia, atenção e compreensão
·
construir
uma boa relação professor-aluno
·
lembrar-se
que esta criança aprende de uma forma diferente, mas que é capaz de aprender
·
acompanhar
de perto o aluno que lê bem, e que participa oralmente mas que revela grandes
lacunas no que diz respeito à parte escrita
·
fazer com que as outras crianças compreendam a
natureza da dislexia, para não troçarem nem assediaram a sua colega disléxica
·
encorajar
ativamente a criança, realçando capacidades e talentos
Nossas
aprendizagens ocorrem lá no nosso ambiente de trabalho, de fato. Quando
identificamos as situações e relacionamos com as teorias e exemplos, com as reflexões
e estudos, com os nossos questionamentos e planejamentos. Todos os dias temos
novos desafios.
O
filme, sem dúvida, retrata um caso bastante clássico. Uma ficção com um final
muito feliz. Quem dera, na vida real tivéssemos sempre estes finais felizes.
REFERÊNCIA:
COGAN, Pauline; REM, Dip. O que os Professores
podem fazer. O Choque Linguístico–, p. 58, dyslexia-international.org.
2002.
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