domingo, 15 de outubro de 2017

O ESPANTO NOSSO DE CADA DIA

Nas redes sociais as opiniões são explicitadas e compartilhadas. As ideias, sejam elas compatíveis com nossas ideologias, ou não, chegam até nosso alcance e tomamos conhecimento dos pensamentos alheios. Nesta semana, recebi a mensagem compartilhada neste post. Concordo com os fatores que mencionam "É em casa que se aprende", embora saiba na prática que muitos desses aprendizados são desenvolvidos na escola, um ambiente que é "como se fosse a casa" para muitos alunos.

Ainda digerindo o fato de que as pessoas possam ser favoráveis a estes pensamentos, o qual devo respeitar, mas posso aqui rebater e argumentar a impossibilidade de uma sociedade justa e "respeitadora" quando os assuntos compartilhados como "Não se aprende na escola" não sejam discutidos, debatidos e construídos na escola TAMBÉM.

Carrego a tristeza de lamentar que as pessoas pensem assim e pensem que a abstenção de discussão destes assuntos seja a ferramenta de "um mundo melhor" ou "a favor da FAMÍLIA".
Em tempos de projeto de "ESCOLA SEM PARTIDO", e de ideologias distorcidas sobre as práticas docentes, este tipo de compartilhamento irresponsável e lamentável desconstrói nossos pilares éticos diante da sociedade tão carente de diretrizes para sanar suas crises.
A formação de professores está, cada vez mais, focada nos temas da atualidade e nas questões éticas da profissão, bem como o comprometimento com a construção de uma sociedade justa e igualitária, autônoma de seus pensamentos e que não sejam regidos por dogmas. Lutamos todos os dias contra a uniformidade, pensamos a todo momento na diversidade, exercemos nossa profissão com ética para que os conhecimentos sejam construídos e não haja uma "doutrinação" dos alunos (o grande temor dos nossos tempos atuais).
Pensar que nossas crianças e jovens sejam doutrinados por nossas ideias seria, no mínimo, um grande menosprezo por suas inteligências e capacidades.
EM DEFESA DA DISCUSSÃO DESSES ASSUNTOS, SIM, COMPARTILHO QUE É UM ABSURDO PRIVAR A ESCOLA DE PRATICAR O EXERCÍCIO DO PENSAR SOBRE OS MESMOS. EM DEFESA DA INTELIGÊNCIA DOS NOSSOS JOVENS, EM DEFESA DA LIBERDADE DE PENSAMENTO.

FELIZ DIA, PROFESSORES!

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

NA LUTA, TAMBÉM ESTOU ENSINANDO!

Cresci estudando em escolas públicas. Nunca estudei em instituições privadas. Portanto, sei bem como se sentem os alunos quando os professores estão em greve. Compreendo a causa dos professores, compreendo a aflição das famílias diante da ausência de aulas, não entendo como esta situação, que se arrasta ha muito tempo, não muda. Não é por falta de luta, não é por falta de razões, tampouco por desmobilização da classe. 
Creio que há um interesse maior em que esta situação não mude, que se perpetue, que se arraste, como um verme que nos assola e nos atrapalha. Como um peso que a categoria deva carregar consigo: falta de valorização e sucateamento das condições de trabalho!
Os professores do Estado, diante de salários parcelados em mínimas parcelas estão paralisados há um mês. Os professores municipais iniciam amanhã uma nova batalha contra o desgoverno do novo prefeito. Nas escolas, um clima interno que lembra hostilidade, cheira a desunião e reflete a nossa pouca força diante deste governo. Nas salas de aula, os alunos nos questionando se "pararemos", pois alguns professores não farão greve. Diante do ponto eletrônico e das ameaças de corte do ponto e desconto dos salários, os municipários estão cada vez mais intimidados. Diante dos pacotes de maldade do novo governo, estamos ameaçados de perder, inclusive, nosso plano de carreira e desvalorização salarial em torno de 30%.
Serei grevista, mesmo com toda essa situação caótica que ameaça se instalar. Serei lutadora, resistirei.
Aos meus alunos, peço que tenham atenção aos fatos e construam suas próprias opiniões sobre os estes, que não se deixem manipular. 
Aos alunos, também, deixo a mensagem que "Professor lutando também está ensinando!"

Resultado de imagem para greve professores municipais Porto alegre