domingo, 23 de outubro de 2016

No tempo que não temos!

Formalmente trabalhamos com o tempo em sala de aula como uma questão estipulada em que nos enquadramos e assim, também, nossos alunos. Sim, temos conteúdos para “vencer”, temos uma lista de conhecimentos que constituem determinada fase da escolarização que nos obrigam a cumprir uma espécie de meta, uma etapa a ser cumprida, um degrau a ser alcançado por nós e pelos alunos. Ao mesmo tempo, lidamos com a sala de aula que não parece entender este tempo que tentamos enquadrá-la. A sala de aula a que me refiro é o conjunto de alunos, suas histórias, os conflitos, as dificuldades e as relações interpessoais ali estabelecidas. Mesmo que tenhamos nossa velha prática de enquadramento do tempo/pessoas, as linearidades não nos permitem atuar dessa maneira pré-moldada que a “lista de conteúdos” nos demanda/ solicita.
Por vezes, uma turma precisa desenvolver outras habilidades que não se enquadram nos nossos planejamentos prévios, nas “listas” que planejamos nas reuniões de planejamento das disciplinas. Por vezes, conflitos que surgem precisam de uma intervenção diferente da pensada “aula tradicional”. Muitas vezes, o currículo oculto tem sua voz muito mais evidente, e as atividades ditas “sem valor pedagógico” (vistas externamente) acrescentam muito mais riqueza de aprendizado.
As necessidades não se enquadram, as pessoas não se enquadram. Os comportamentos não são líquidos e não se acomodam facilmente em qualquer modelo recipiente que tentemos contê-los.


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