Temos, como humanos, a capacidade de abstrair e imaginar. Com certeza, este é um recurso que nos permite, muitas vezes, sobreviver e alternar nossa realidade e espaços/tempos que gostaríamos de estar/viver. No aprendizado também, é assim. Imaginar, brincar, fingir outra realidade ajuda a construir, mesmo que sem os recursos concretos, um aprendizado mais significativo.
Nesta semana retorno ao brincar (https://mariadalpiva.blogspot.com/2018/05/1405.html), imaginando e jogando, para aprender, para significar, para crescer. Em atividade com os alunos do estágio, brincando com eles, fizemos esta atividade que foi bastante marcante nesta prática do estágio, como meu aprendizado. Foram momentos de muitas risadas, de muita descontração e também de atenção e concentração para vencer os desafios propostos.
A atividade consistia em uma variedade de produtos que poderiam "comprar" com o dinheiro que possuíam. Este dinheiro era de todos eles, pois eram irmãos. Os pais saíram de férias e eles deveriam administrar os recursos na aquisição dos produtos. O intuito desta estória era envolve-los em um contexto diferente de suas realidades. Neste momento, percebi que assumiram suas posições, e o desenvolvimento da atividade era um misto de realidade e ilusão, trazendo os conhecimentos da atividade para o contexto proposto. Dentre os produtos, haviam itens básicos de alimentação, materiais escolares e produtos de desejo (carro, computador, geladeira, jogo de panelas, roupas, etc). Primeiramente pedi que separassem os produtos que eram mais caros, pois precisariam conversar sobre estes para comprar, pois gastariam uma grande quantia. Depois, foram um a um, adquirindo os produtos e atribuindo a eles as notas necessárias para o valor que custavam. Pensavam bem em qual produto adquirir, quais desejavam: "sempre quis este jogo de panelas", "vamos comprar os alimentos primeiro, pois precisamos segurar a grana até os coroas voltarem". Ao passo que pensavam estas questões, também ream desafiados na questão de identificar os valores, pensar em como compô-los.
Não temos, naquela turma, filhos com pais que "saíram de férias", tampouco recursos para adquirir aqueles produtos, mesmo que com preços fictícios. Apresentavam dificuldades em relacionar os valores dos produtos aos valores das notas. E com a ajuda dos colegas, iam associando as notas aos montantes que precisavam, para adquirir os produtos desejados. Foi uma atividade de muita troca, de muita observação e prazerosa. Brincando, imaginando e aprendendo...assim crescemos, todos os dias.