Quando ingressei no curso de Pedagogia a Distância tinha comigo uma ideia diferente sobre "educação a distância". Foi necessário viver na prática esta metodologia para compreender a grandeza e profundidade dos estudos oportunizados, que não lembram a ideia inicial que eu tinha. Por muito tempo foram utilizadas muitas horas do meu dia nas atividades e leituras, mais horas das que escrevi em um planejamento focado em subdividir meu dia em parcelas para que fosse vislumbrada a real oportunidade de tempo que tinha nas 24 horas.
Nesta perspectiva, e talvez expectativa, tinha comigo a constante presença dos conhecimentos teóricos em questões da sala de aula. E não poderia ser diferente, de alguma forma todo o processo e sua construção deveriam contribuir em minha prática docente (originalmente como licenciada em Ciências Biológicas). Sempre esperei e não perdi as oportunidades de empreender novos conceitos na prática que já executava. E ao ingressar no curso, isso era um critério: a garantia da vaga seria para professores atuantes em escolas públicas. Assim, sempre imaginei que esta exigência fosse, mais do que um critério, um campo de experimentação e ligação entre a prática e a teoria.
Neste semestre iniciaremos nosso estágio pedagógico. São 300 horas de estágio, divididas em 120 horas teóricas (planejamento, observações) e 180 horas de prática. Mas essas horas devem ser cumpridas em turmas de anos iniciais ou Educação Infantil, somente. Assim, desconstruindo todo aquele meu pensamento anterior de ter uma oportunidade de refletir minha própria prática, em minhas turmas, em minha carga horária, sem ônus, viabilizando reais mudanças/observações/construções na prática docente.
O sentimento (e ressentimento) que carrego, foge às minhas forças, pois trata-se de uma questão de Legislação, superior às Diretrizes do próprio curso. Mas penso, com bastante mágoa, que a questão da formação em Pedagogia focar sua prática nestes níveis de ensino menosprezam sua importância nos outros, e que apresentam, as mesmas questões inerentes ao desenvolvimento e processo de ensino/aprendizagem: didática, linguagem, psicologia, afetividade, identidade entre outras.
Não inicio este estágio com um pensamento otimista. Muito pelo contrário, tornar-se-á um período de bastante dificuldade, principalmente logística e financeira, infelizmente. Tentei, de todas as maneiras, tornar este estágio uma atividade de reformulação e reconstrução em minha própria prática (o que muitas colegas de anos iniciais poderão fazer). Compreendo as limitações burocráticas e de legislação. Mas, ao final do curso de Pedagogia, em plena atividade docente, me questiono "Onde está a Pedagogia?". A formação de professores, tanto nas Licenciaturas, como na Pedagogia, está focada na construção ou no resultado final?
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